Quantas encruzilhadas se apresentam em nossos caminhos, não é?

Nossa bagagem é pesada. Há muitas lembranças boas, mas também muitas pedras que insistimos em carregar em uma mochila que estrangula nossas costas e sonhos.

O apego ao passado, nos paralisa diante de decisões importantes, diante da hipótese de que, para seguir, precisamos de uma boa dose de amor próprio e coragem. A encruzilhada estará adiante, e sabemos que, uma hora ou outra, os nossos passos precisarão seguir uma direção.

Acredito que é nesse momento que as primeiras partes a serem desocupadas sejam as mãos. Sim, nos desprender do materialismo, daquilo que supostamente nos faz feliz. Um apego desnecessário a "coisas" com preços altos demais e que nos trazem uma falsa sensação de felicidade. Se não agrega, solte.

Mãos livres, então.

São com elas que tomaremos as rédeas de nossas vidas. Tenha força! O próximo passo, é retirar essa mochila pesada das costas. Como pesa, não é? Como machuca. Retire devagar. Sem pressa. As pedras irão chacoalhar e fazer barulho, vão pressionar nossas cicatrizes e algumas tentarão reabrir nossas feridas.

Então, vá com calma. Peça ajuda se preciso, mas retire a mochila. O alívio que isso proporcionará ao nosso corpo e alma, nos fará abrir os olhos por inteiro novamente. Olhos estes, que de tanta dor, se mantiveram pressionados e pouco abertos, fazendo assim, um esforço descomunal para direcionar os pés sobre a linha tênue e pouco nítida da dignidade.

Tiremos os sapatos, vamos descalços mesmo. Sentir onde pisamos, é tão importante quanto, para onde vamos. É no trajeto que as novas oportunidades ganharão vida, que os encontros serão nossas novas experiências e que a verdade sobre o amor se confirmará uma só: Nos colocarmos em primeiro lugar, para depois, transbordar o outro.

Consegue ver o seu caminho? Então, agarre-se à sua força de vontade e fé. Caminhe, e não olhe para trás. 

Autora: Ítalla Franciny Saraiva

*Texto publicado pelo projeto Leitores escrevem, clique aqui e saiba mais!