Pensei que ia ser mais fácil me desfazer de tudo
tão de repente, mas me enganei. E engano esse novo ser que habitará
aqui por pensar que saio feliz, porém o meu interior grita em desespero
por ficar – mesmo que ele saiba que já terminou e isso dói (demais).
Começar, vivenciar, terminar, (re)começar,
vivenciar, terminar...
Era para ser perfeito...
Tudo estava perfeito.
Espero que seja para esse novo habitante. Talvez
eu não tenha sido a “escolhida” para o conto de fadas da vida real, ou tenha,
mas não consegui chegar até os “felizes para sempre".
Vagueio pelos cômodos e tento enxergar apenas
coisas positivas. Não é tão fácil. Rabiscos pelas paredes, não pela falta de
papel, mas porque era divertido e ríamos com isso.
Como machuca sair por essa porta sozinha.
Espero que o novo morador entre acompanhado – como eu entrei – e, se for sair, que seja do mesmo modo.
Deixo parte de mim aqui, para que eu tenha mais
espaço para preencher com outras vivências (felizes). Deixo parte, não o meu
todo, porque sempre haverá algo que me lembre sobre o que eu fui e deixei de
ser – por você.
Uma última olhada… para tudo.
Sim, tomei a decisão certa dessa vez. É hora de
ir. Para onde? Qualquer lugar.
É fácil se adaptar ao mundo quando ele se torna um velho conhecido.
Tranco a porta e logo penso que essa é a última
vez que a fecho e que nunca mais será aberta por mim. Agora é preciso apenas
recomeçar.
E esse recomeço se inicia abrindo outras portas e
não a mesma de sempre. Pois recomeços existem para libertar-nos do passado e
preencher com amor todo o vazio que ficou.
Texto para o projeto De vista em vista, cujo tema era 107- A pessoa que vai morar na sua casa quando você se mudar. Leia outros textos com este tema aqui.
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