Caos x Esperança

by - maio 23, 2020

caos e esperança texto sobre a vida

Caos. Tudo está um caos. 

Eu caminho em direção à luz que brilha intensamente e, enquanto ando, tudo ao meu redor se desintegra se tornando pó, levado pelo vento. Olho para as imagens, e as pessoas me parecem tão familiares antes de sumirem em câmera lenta. 

É como se o tempo tivesse parado para assistir, e o silêncio gritasse a cada passo.

Não tento gritar ou falar, pois sei que não sairia nenhum som. Não há voz no silêncio. Apenas resignação. Quanto mais perto da luz, mais me sinto queimar. Observo minhas mãos e braços. Não há ferida ali. Não há fogo. Apenas a sensação de estar queimando.

A luz se revela como sendo uma enorme bola de fogo que queima do azul para o vermelho. Fico estática, observando fascinada essa transição que emana tamanha selvageria, que torna tudo belo e desesperador.

Olho impotente para as chamas que lentamente deslizam em minha direção e me envolvem como o abraço de uma mãe. As chamas começam a me consumir e meu grito finalmente quebra o ar, como rachaduras em um espelho.

Dor. Minha dor

A bola de fogo é a dor que queima no centro do meu ser, todos os dias e a cada respiração.

Fecho os olhos, inundada pela compreensão e, quando volto a abrir, não há mais nada, apenas branco. Para todos os cantos que me viro, só há branco. Branco sem formas. Não há nada nem ninguém aqui. Minha respiração acelera e caio de joelhos, envolvendo o rosto com as mãos. Sinto minhas lágrimas descerem. 

A solidão pulsa infinita, sem começo, meio ou fim.

Sinto uma presença e tiro as mãos do rosto, me deparando com um homem vestido com uma túnica azul e uma coroa dourada. Ele me dá um sorriso doce e oferece sua mão. É claro que sei quem ele é. 

Um sorriso vacilante se abre em meus lábios. Achei que nunca mais o veria. Senti sua falta. Meu sussurro faz ecos ao nosso redor. Sempre estive aqui. Sua voz é como música e toca direto em meu coração, me fazendo dar um suspiro profundo de alívio.

Penso que não o mereço. Nunca mereci. No mesmo segundo que termino tal pensamento, um grande buraco negro se abre abaixo de mim. Desesperada, tento agarrar sua mão. Mas já é tarde. O buraco negro me devora e caio em uma queda infinita. 

Não há tempo ali. Não há luz. Não há vida. Apenas escuridão. Me sinto sufocar enquanto continuo a cair. Quanto mais luto, mais me sinto desaparecer. Até que estou tão cansada de tentar, que apenas me conformo e me rendo.

Ouço uma risada infantil. Abro os olhos e meu único raio de esperança sorri para mim. Me encho de determinação para começar mais um dia antes que tudo comece novamente em um ciclo interminável. Por ela. Por ela, eu me levanto. Por ela, eu continuo tentando, mesmo em pedaços. 

Mesmo que no fundo eu me pergunte, até quando? Até quando será o suficiente?



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