#Resenha: Uma proposta e nada mais - Mary Balogh
Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Ano de publicação: 2018
A História
Um encontro inesperado resultante de um momento malsucedido,
poderia culminar em uma indescritível relação impossível?
Gwen é viúva e tem sua bagagem de sofrimento bem
fechada. No entanto, é uma mulher calorosa, atrapalhada e, embora tenha vivido
dias dos quais gostaria de esquecer, ela sorri. E não apenas com os lábios, mas
com a alma. Ela é altiva, carismática e precisa em sua presença. Jamais passa
despercebida. Após anos em seu estado atual civil, Gwen até começa a cogitar o
que jamais teve intenção: se casar novamente. No entanto, ninguém parece ser
capaz de preencher o vazio que carrega dentro de si.
Hugo é solteiro e é um baita homem corpulento,
causando arrepios nas moças e medo nos rapazes. Ele é acometido por seu
terrível passado, lembranças que daria tudo para esquecer, mas, acima de tudo,
por sua impossibilidade de esquecer que vive enquanto outros não. Em sua
memória estão as mortes, as ordens que fora obrigado a dar, as chances
minúsculas de acertar... tudo o que ele gostaria de esquecer e, para não
enlouquecer, conta com os melhores amigos do Clube dos Sobreviventes. Sim,
sobreviventes da guerra. Embora sua situação de estado civil atual lhe deixe
satisfeito, ele sente que precisa encontrar uma esposa o quanto antes para
poder ajudar sua irmã, mas, para isso, carrega suas determinadas expectativas
de encontrar a moça com o perfil certo.
Emboscada do destino ou não, um homem grandalhão e
uma pequena grande mulher se encontram num dia estranho e sem maiores
promessas, mas às vezes é de onde menos esperamos que é possível encontrar aquilo
que nem sabíamos que estávamos procurando.
Capa, escrita e detalhes
De capa simples, mas edição tranquila de ler, Uma proposta e nada mais nos ganha
com uma premissa diferente: um clube dos
sobreviventes. Na capa, temos verniz localizado, o que lhe dá um toque mais
bonito, mas não é nada que chame muito atenção. De fato, é simples e aceitável.
Como primeiro contato com a autora, sua escrita é
cativante e tranquila de ler, sem que se espere já nos percebemos habituados à
leitura e não queremos mais largar. Me senti teletransportada para o interior
da história. Gostei bastante.
Os personagens são o ápice da história aqui. Sem uma
total centralidade aos protagonistas da trama, temos uma real apresentação a
todos, conhecendo um pouco o clube em si e como nasceu, bem como sobre os seus
integrantes e suas histórias de vida. Gostei bastante do fato de sermos realmente
apresentados aos personagens secundários, sabendo que nos próximos livros
teremos mais sobre eles.
Os protagonistas chamam atenção de cara e, de fato,
queremos mais deles, o que, aliás, o livro traz com maestria. Aqui não temos um
romance instantâneo, aleluia, mas sim
uma relação que vai se transformando aos poucos, no meio de todo caos e da
situação social de cada um. Gostei do fato de termos muito mais dos
protagonistas do que do romance em si, mergulhamos na mente deles para depois
mergulhar no amor que se constrói ali.
Sem foco no romance em si mas sem perder o
romantismo, somos levados a conhecer a alma dos personagens, seus pensamentos,
seus momentos, sua vida e assim ficamos com vontade de conhecer mais sobre cada
um deles. A autora apostou certo em um primeiro livro da série e conseguiu
prender minha atenção para os próximos volumes. Além disso, o fato de haver um
clube foi uma aposta genial, pois trouxe ainda mais emoção à trama.
Conclusão
Para quem ama um bom romance de época, com
personagens reais e bem construídos, cheios de defeitos e qualidades, erros e
acertos, aqui temos uma boa pedida. No entanto, não vá com sede ao pote de
melado, porque não é um romance mel com açúcar, está mais para um romance amadurecido,
cheio de camadas doces e amargas e uma pitada de pimenta.
Se trata de um drama com boas reflexões,
características marcantes e emocionante. Eu adoro. Se você também gosta, vai
com tudo e seja feliz, mas não se esqueça: é uma proposta e nada mais! Hehehe
Citações favoritas
“Uma vez
por ano, porém, voltamos para recuperar nossa integridade ou para nos
fortalecermos com a ilusão de que estamos inteiros.”
“Às vezes
a vida é complicada demais para que haja uma resposta simples para uma pergunta
simples.”
“Já
reparou como ficar parado às vezes é muito diferente de retroceder? Pois o
mundo inteiro segue adiante e nos deixa.”
“Tudo
muda da forma mais inesperada e tudo é assustadoramente imenso. Somos pequenos
demais.”
“[...]
era mais fácil notar o grão de poeira no olho do outro e não perceber a trave
nos próprios olhos.”
“É
preciso de um escoadouro para os segredos, senão eles apodrecem e se
transformam num fardo insuportável.”
“Às vezes
ter tudo combinado e simétrico não é mais agradável para o olhar ou para a
mente do que o vazio. Em certas ocasiões é preciso confiar na intuição e
escolher o que você gosta.”
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