#Resenha: Extemporâneo - Alexey Dodsworth
Título: Extemporâneo
Autor: Alexey Dodsworth
Editora: Presságio
Páginas: 232
Ano de publicação: 2017
Onde comprar: Amazon
“Somos todos dependentes uns dos outros, é por meio deles que sabemos quem somos e quem não somos.”
A História
E se você pudesse ser mais de uma pessoa? E se você
acordasse em uma nova vida, sendo um outro alguém? E se a cada novo amanhecer
você não pudesse prever onde vai estar, em que época do ano, em que lugar e
quem você será?
Essa é a realidade do(s) protagonista(s) desse
livro, sim porque aqui nessa história vamos conhecer vários lados e facetas de
mais de um personagem, só que em apenas um. Não entendeu? Vou explicar!
A cada novo dia, o personagem desse livro acorda em
um lugar totalmente diferente de onde estava no momento em que foi dormir. Isso
mesmo. Mas não somente, ele também se descobre a cada dia uma nova pessoa,
inclusive de sexo e orientação sexual diferentes, modos de ser, de pensar, de
agir... a criatura é sempre uma nova pessoa.
No entanto, embora sua memória reset a cada dia para que as novas lembranças da nova vida possam
surgir, o personagem (ou a personagem) sempre consegue lembrar de quem era por
alguns instantes antes de esquecer tudo. Até que tem a excelente ideia de
escrever em um diário tudo o que viveu e quem foi no dia anterior.
E, no meio de dias incertos e totalmente distintos,
suas realidades se misturam ao ponto de se chocarem, e suas versões fazem
diversas descobertas sobre si, sobre o mundo e sobre o ponto mágico em que a
vida real e a ficção se complementam.
Capa, escrita e detalhes
A capa desse livro é
simplesmente maravilhosa! Eu fiquei muito encantada, aliás, com a edição por
completo! Está num capricho que só vendo. A editora Presságio está de
parabéns!
A escrita do autor é simplesmente incrível,
instigante, fluida, reflexiva e, por vezes, carregada de um humor sem igual.
Foi meu primeiro contato com obras do autor e fiquei apaixonada pela história.
“A gente passa, as cidades ficam. A gente vem e vai, as cidades perduram.”
O livro é narrado em primeira pessoa pelos diversos
personagens que a história suporta, onde podemos estar na pele de cada um deles
e entender muito do que sentem, pensam e fazem. É muito louco, porque realmente
me senti ali bem no meio de toda a aventura (boa e ruim) que os personagens
passam. Foi uma viagem enriquecedora.
Além de ser uma história bastante original e cheia
de reviravoltas, o livro é carregado de críticas sociais, políticas e até
filosóficas. Eu achei esse quesito ainda mais sensacional e tudo isso em poucas
páginas, mas com muita coisa sendo abordada.
As realidades mostradas são totalmente surreais,
muitas vezes fora do comum, mas é tão real ao mesmo tempo que questionamos se
algo do tipo não já aconteceu em algum momento. Em outras vezes, temos
realidades bem convincentes e prováveis, como no caso do Brasil nazista.
O final do livro trouxe um plot bem bacana, cheio de reflexão. Talvez não tenha sido um final
muito amarradinho, mas eu não senti falta de muita coisa da forma com que foi
construído, pelo contrário, gostei bastante.
Conclusão
Com elogios e mais elogios, você ainda se pergunta
se eu recomendo? Recomendo sim e muito! E
recomendo para todo mundo mesmo, porque é um livro de fácil leitura,
instigante, curioso, reflexivo e cheio de originalidade! E tudo isso em um
nacional, o que é ainda melhor.
Maaaas, se você ainda está em dúvida, lá vai minha
última dica: o autor tem uma narrativa que conversa com o leitor o tempo
inteiro e te faz viajar em todas as versões dos personagens, mas também nas
suas próprias versões, afinal, como diz no livro: “Goste ou não disso, as maiores referências sobre quem você é são os
outros”.
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