#Resenha: Não chore, não - Mary Kubica
Título: Não chore, não
Autora: Mary Kubica
Editora: Planeta de livros
Páginas: 304
Ano de publicação: 2018
A História
Com sua amiga desaparecida, Quinn se vê obrigada a
vasculhar a vida da tão perfeita Esther a fim de tentar descobrir o que pode
lhe ter acontecido. A polícia parece não ajudar no momento e ela só pode contar
com um amigo do serviço, que também é amigo de Esther, para poder tentar juntar
as peças do seu sumiço.
Conforme ela vasculha a vida da amiga com quem
divide o apartamento, começa a pensar se realmente a conhece de verdade. Quem é
realmente Esther? Esther que parecia tão perfeita e amável agora pode ser que
esteja se mostrando de outra forma, afinal, todos temos segredos. Quinn
encontra nas coisas de Esther cartas endereçadas a “Meu bem” e mais algumas
outras coisas estranhas das quais jamais desconfiou. Quem é realmente Esther? Quando
Quinn descobre algo mais sério que envolve a amiga, toda a sua confiança vai
por água abaixo. Será que Esther...?
Em paralelo, temos a história de um jovem infeliz
com seu serviço e vida que encontra em uma mulher misteriosa a atração que
precisava para sua vida. A mulher, que antes nunca estivera no local de
trabalho dele, agora vai até lá e se senta sempre no mesmo lugar, mantendo os
olhos fixos em algum ponto lá fora.
Alex se vê perdido nessa mulher e passa a chamá-la
de Pearl em sua mente. Todos os dias, ele vai trabalhar na esperança de a ver
novamente. Mas os encontros por acaso acontecem também fora de seu serviço,
deixando Alex cada vez mais intrigado com a moça. E é só quando ele passa a
conhecê-la que percebe que ela é real, que o intriga de um jeito bom, mas que
também dá medo.
Os Personagens
Quinn é uma menina que saiu de casa para ir morar com uma
desconhecida. É, isso foi há muito tempo atrás, porque hoje ela e Esther são
amigas. Pelo menos é nisso que Quinn sempre acreditou. Trabalhando como
assistente numa empresa de advocacia, Quinn leva uma vida monótona e sem muita
emoção, afinal todo seu dinheiro vai para pagar sua parte do aluguel e a comida
que precisam comprar. Quinn mantém uma paixão platônica por seu colega de
trabalho, Ben. Com o desaparecimento de Esther, juntos, Ben e Quinn, começam a
vasculhar a vida de Esther, para tentar descobrir alguma pista. Sua vida muda
totalmente quando as pistas a levam a histórias cada vez mais tenebrosas.
Alex é um cara bacana. Ele trabalha em um café, mora com
o pai bêbado, de quem tem que cuidar, e sustenta a casa. Sua vida é a mais
tediante possível e ele sabe de cor tudo o que vai acontecer todos os dias,
porque parecem dias que se repetem. Alex tem seus dramas familiares e um deles
é por ter sido abandonado por sua mãe. Mas, apesar de tudo isso, ele segue no
ritmo repetitivo dos dias, até que encontra Pearl. Pearl é o nome que ele deu a
ela, a mulher misteriosa que aparece no café onde ele trabalha e senta sempre
no mesmo local. Ele observa todos os seus movimentos. Ele a venera e deseja
saber tudo o que se passa em sua mente, mas é reservado ao último e jamais toma
coragem para perguntar algo. Quando, de repente, ele tem a chance de finalmente
falar com Pearl, acaba descobrindo coisas sobre ela que jamais imaginou.
Esther é a amiga de apartamento de Quinn que está desaparecida
sem deixar rastros. Ela é uma moça que todos gostam logo de cara, tem uma
beleza singular, trabalha em uma biblioteca e gosta de ajudar as pessoas.
Esther é o tipo de pessoa que ninguém duvida de seu caráter e personalidade. Ela
é simplesmente boa demais para as desconfianças. É a melhor amiga que Quinn já
teve. É alguém em quem se pode confiar. Ou tudo isso era apenas fachada?
Ben é amigo de Quinn, que também virou amigo de Esther. Ele
é um cara gente boa, que ajuda Quinn em tudo sempre que pode, afinal, ele tem
namorada e dedica boa parte de seu tempo a ela. Ele trabalha na mesma empresa
que Quinn e quer ser advogado. E quem sabe se, talvez, na tentativa de
encontrar Esther, ele acabe se encontrando...
Capa, escrita e detalhes
Gostei bastante da capa, pois traz um toque sombrio,
deixando um suspense no ar e várias especulações logo de cara, sem sequer ter
lido nada. E, depois de lido, percebe-se que a capa tem tudo a ver com a
história. Simplesmente encaixou perfeitamente.
A escrita da Mary não é uma escrita leve, é
carregada de informações, devaneios dos personagens, profundidade da alma de
cada um deles. No entanto, nem de longe é uma escrita difícil e arrastada, como
li em algumas resenhas que falavam sobre o livro. Confesso que algumas
informações parecem um pouco sem necessidade, mas eu entendo a vontade da autora
de nos fazer entender quem é aquele personagem e é só por meio dessas
narrativas que temos a chance de conhecê-los ao fundo. Nesse livro, em
especial, achei que a autora foi bem menos detalhista no que diz respeito a
esses devaneios e mergulhos pela mente de quem narra. Gostei bastante.
A narrativa é em primeira pessoa e alterna entre Quinn e Alex. Cada um deles mostra sua forma de ver o mundo, o que pensam e o que sentem e nos dão a chance de bisbilhotar o mundo através de suas vistas. E é assim que vamos construindo hipóteses em cima de hipóteses para essas duas histórias.
A história tem muita coisa em jogo. Nossa maior
ânsia é entender quando e se as duas histórias poderão se encontrar. Passamos a
leitura inteira tentando entender o motivo de haver duas histórias que, a
princípio, parecem ter nada em comum. E aí aos poucos algumas pistas vão surgindo,
nos mostrando alguns possíveis caminhos. E então você começa a especular tudo
que lhe vem a mente. Tudo mesmo. E, quando finalmente, as duas histórias se
esbarram, você percebe que tudo o que imaginou foi em vão.
É isso, né? Típico da Mary Kubica. Dona de nos fazer
ir por um caminho e depois nos mostrar outro completamente diferente. Com esse
livro não é diferente, vamos de página em página construindo vagarosamente
alguns castelinhos que podem vir a fazer sentido, até que tudo desmorona de
vez. Completamente surpreendente.
Conclusão
Quando terminei o livro, fui ler algumas resenhas. Li
umas no skoob e não posso discordar mais. Fico com vontade de dizer assim “você
leu errado, não pode”, mas no fundo sei que as pessoas interpretam e gostam das
histórias de formas diferentes. Penso que simplesmente não foi o momento bom
para aqueles que não gostaram, ou eles realmente não gostam desse tipo de livro
ou sei lá o que, porque, sim, eu adorei.
É claro que ele não ultrapassou o meu favorito da
autora que é A Garota Perfeita, resenha aqui, mas com certeza superou o
segundo da autora que li A Desconhecida, resenha aqui.
Um ponto que me deixou bastante intrigada é que
nesse livro a autora usou várias formas de suspenses, me deixando realmente com
medo. Sempre leio antes de dormir, então já podem me imaginar com os olhos estatelados
feito coruja no meio da noite engolindo esse livro, porque foi assim mesmo que
aconteceu. O suspense me pegou em cheio, me deixou arrepiada várias vezes e
morrendo de medo do final.
O único ponto que acho que poderia ter sido
melhorado no livro é no final, ou depois do final, melhor dizendo, mais duas
páginas seriam o suficientes para me deixar mais realizada com a história. No
entanto, como não posso dizer o motivo, vou deixar a questão no ar para que
você leia e tire suas próprias conclusões.
Enfim, recomendo muito o livro para quem ama
thrillers assim como eu! O final é de fazer cair o queixo, vai com tudo!
2 Recados
kkkk que treta !
ResponderExcluirEu gosto de suspense, então já quero mt ler
Nossa, adorei.
Esse livro é muita treta! Hahaha
ExcluirMas recomendo que leia e tente desvendar esse mistério.
Beijos
Sâm
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