Título: Black para sempre (Trilogia Forever, livro 1)
Autora: Sandi Lynn
Editora: Valentina
Páginas: 256
Ano de publicação: 2015
Onde comprar: Amazon | Saraiva | Box Trilogia
A História
Imagine sua vida como uma maré de azar e dor. Sua mãe
morreu de câncer quando você ainda era nova. Seu pai virou um alcoólatra por
não ter conseguido superar a morte da esposa. E você, bem, você é como um vai e
vem no meio de todo o caos que é a vida, até que decide não mais viver. E aí
continua vivendo.
Parece filme de sessão da tarde que, mesmo sendo
clichê, nos emociona sempre, mas é a vida de nossa protagonista, Ellery. Só que,
ao invés de Elley ser uma pessoa mal humorada e pacata, ela decide que, se a
vida lhe de uma nova chance, o que pode fazer, no mínimo, é aproveitar cada
segundo.
Seu mundo muda novamente quando, em uma noite ruim
em que ainda sofre por ter sido deixada por seu namorado de quatro anos, encontra
o homem mais lindo que já vira, mas também o mais arrogante, controlador e indecifrável
ser que já conhecera.
Connor Black é um cara rico, empresário de sucesso,
que vive sua vida em prol do trabalho. Em sua mansão enorme e bem moldada, ele
passa seus dias e leva mulheres para sua cama, sem jamais deixá-las dormirem
nela. Connor tem um jeito limitado de ver a vida, talvez por seu passado conter
uma bagagem dolorosa. Quando conhece Ellery, descobre que a vida pode ser ainda
mais impulsiva quando se trata de sentimentos.
Tentando fugir
ou não, Connor vai estar por perto. Tentando ficar ou não, Ellery irá mostrar
que permanecer vai muito além de apenas deixar de ir.
Personagens principais
Ellery é uma pessoa que sofreu muito ainda nova. Sua mãe
morreu de câncer quando ela tinha apenas 6 anos, seu pai virou um alcoólatra depois
disso por não ter conseguido superar e, antes de ela completar dezoito anos,
morreu também. Aos dezesseis anos, sua vida é posta em risco, mas ela
sobrevive. É quando a vida lhe dá uma segunda chance de viver que ela faz de
tudo o que pode para aproveitar. Ellery é
o tipo de pessoa que é sempre alto astral, com um sorriso no rosto e os sonhos
no bolso. Ela ama o mundo da pintura e é a ele que se dedica todos os dias, com
o sonho de poder um dia vender seus quadros. A moça é uma meninona que,
inconsequente e totalmente destemida, vive seus dias como se fossem os últimos,
sem se importar com nada. Quando conhece Connor, de uma forma totalmente
inesperada, seu mundinho colorido ganha tons de preto e branco, pois, embora
ela também tenha cores apagadas dentro de si, jamais imaginaria que o homem
mais lindo que já vira também pudesse tê-las.
Connor
Black é um dos mais cobiçados multimilionários. Empresário
de sucesso, o cara é uma lenda por onde anda, com seus olhos verdes
penetrantes, corpo esculpido e cabelos quase loiros e desgrenhados de um jeito
sexy. Ele é um homem totalmente fechado para o amor, que sequer considera a
ideia de ter um relacionamento com alguém, suas relações se resumem a apenas
sexo em sua cobertura de luxo. Mas Connor esconde suas dores através de sua
postura sempre na defensiva, de forma controladora, que irradia um poder que
talvez nem possua. Seu passado, que ainda dói em seu peito, sempre o atormenta,
mas ele jamais fala sobre isso. Quando vê Ellery em sua cozinha, fazendo café
como se fosse dona do lugar, fica furioso e tenta a tirar de lá... talvez
devesse ter tentado mais, mas a verdade é que, bem no fundo, ele não queria. Algo
fez com que ele quisesse estar mais perto dela. Mas o destino se encarrega de
tentar afastá-los diversas vezes.
Quantas vezes alguém pode negar o para sempre até
que descobre que ele pode existir?
Personagens secundários
Kile é o namorado de Ellery, ou melhor, ex-namorado. Eles
ficaram juntos por quatro longos anos. Ele se tornara a única família de
Ellery, junto com Peyton. O motivo da separação brusca é ainda um mistério, mas
nossa protagonista sabe exatamente o motivo, só que jamais irá soltar aos sete
ventos por aí.
Peyton é a melhor e única amiga de Ellery. Magérrima e com
um metro e sessenta e cinco, ela é uma moça com uma personalidade exuberante. Tem
cabelos castanhos compridos e olhos azuis. Ela gosta de estar sempre arrumada,
maquiada e elegante. Ela é o tipo de pessoa que não tem travas na língua e nenhum
tipo de pudor, sempre falando o que pensa destemidamente. Está sempre disposta
a ajudar e se preocupando com Ellery.
Denny dirige a limusine luxuosa particular de Connor, mas
se tornou um grande aliado e amigo de Ellery. Sempre disposto a ajudar, o
motorista confessa à ela que nunca viu Connor agir assim com outro alguém. Ele sempre
acha graça do jeito que Ellery faz seu chefe se sentir.
Capa, escrita e detalhes
A capa é linda e bem romântica, embora tenha me
passado uma ideia bem diferente do que seria o livro, tem a ver com a história.
A escrita da autora, de início, foi viciante, pois
não conseguia parar de ler. Li cem páginas sem ver a hora passar de tão presa
que fiquei. No entanto, depois a escrita muda bastante para mim. No geral, é
uma escrita muito simples, de fácil entendimento e flui bem na leitura. O que
me deixou um pouco irritada foi a quantidade de diálogos. Outro ponto que me
deixou irritada – dessa vez um pouco mais – foram as diversas vezes em que a
autora contou todo um evento grande (tipo uma viagem) em uma única linha. Mas não
é algo que vá te cansar da leitura. Em resumo, eu gostei da escrita.
Agora, chegamos ao ponto principal dessa resenha.
Como contei logo acima, eu comecei a leitura do
livro e engoli cem páginas sem perceber. Não comecei com grandes expectativas,
mas depois que comecei a ler e passei a amar a história, criei expectativas
enormes. E talvez essa tenha sido minha falha.
A história começa muito bem, fluindo muito
viciantemente, com um misteriosinho por trás de cada protagonista e tudo mais. De
cara, eu amei a Ellery, tão cheia de vida, tão independente e feliz, uma
verdadeira inspiração – coisa que amo em personagens. No entanto, Ellery muda drasticamente
após mais de cem páginas – e para mim, ela se tornou outra pessoa. Não sei. Penso
que a autora deu uma escorregada quanto a personalidade da menina doce que
incendeia as primeiras páginas, transformando-a em uma garota mimada (o que não
faz sentido dadas as circunstâncias de sua vida), egoísta e um pouco sem noção.
Mas, enfim, a gente engole tudo isso (afinal, todo mundo tem defeito) e
continua. Connor é um cara bacana a princípio, embora seja mostrado como um
tremendo obcecado por controle, mas ele tem umas razões – talvez um pouco
rasas, mas vai saber.
Embora eu tenha gostado bastante do começo do livro,
a história ganha percursos totalmente inesperados – mas não de uma forma muito
aceitável, pelo menos para mim. Traz um tipo estranho e bizarro de referência à
anorexia e suicídio, coisa que achei bastante séria de ser tratada da forma que
foi. Mas tudo bem, a gente desconsidera e continua de novo.
O livro tem vários altos e baixos, muita coisa
acontece em poucas páginas, às vezes em um mesmo parágrafo ou simples frase,
mas ainda assim consegue deixar a gente torcendo por esses dois. Até que, lá
para o final do livro, as coisas desandam de vez. A autora criou situações
bastante rasas – para não dizer desnecessárias – de brigas, discussões e
desentendimentos. A nossa mocinha se mostra outra pessoa, parecendo muitas
vezes uma adolescente de quinze anos. Isso me irritou muito, porque eu tinha
amado a personagem de início.
Outro ponto negativo para mim foi o final. Depois de
toda a luta da protagonista, a autora não soube construir uma justificativa
para o que acontece, aliás, o final é contado em um epílogo, mas o final mesmo,
aquilo que realmente queríamos saber, foi contado em pouquíssimas linhas. Achei
que a autora deixou a desejar, pois se tratava de algo realmente muito
importante.
Mas, enfim, apesar desses contratempos inesperados,
a história de Ellery emociona em várias partes. Connor também tem um passado
emocionante e triste a contar. O livro conta tudo muito rápido, mas deixa um
sorriso na face da gente. Foi um amor que cresceu em meio a espinhos, mas
acabou por florescer no meio do caminho. Espero que o jardim seja bem cuidado.
Conclusão
Bem, sendo bastante sincera, sei que muitos vão amar
esse livro, que é de uma trilogia, aliás. E eu recomendo muitíssimo para quem
ama romances de arrebatar. Mas, não foi um livro que amei ler. Para ser bem
específica, amei até a metade, depois, fiquei torcendo por esses dois malucos,
não importasse o quanto eu via problemas na narrativa, mas foi apenas isso.
E eu acho que é para isso que esse livro existe:
para te fazer crer que um amor, mesmo na impossibilidade, pode dar certo. E que
nós não somos perfeitos. Imaturidade, falta de juízo, egoísmo, entre outras
coisas, podem aparecer e desaparecer instantaneamente e a qualquer momento.
Também não posso deixar de olhar para a realidade da
protagonista, que é bem grave e desesperançosa, portanto, não faço ideia do
quanto ela estava sofrendo, o que se passava em sua mente, de fato, já que sua
bagagem do passado não é nada legal. Ao final do livro, procurei compreender
suas atitudes e relevar seu temperamento bizarro, porque ela foi uma guerreira,
apesar de tudo.
Então, se você amou A culpa é das estrelas, Mil beijos de garoto ou Raio de Sol (esse é meu favorito da vida), vai gostar de
Black para sempre. É um romance que precisa ser visto, lido e contado. Espero ansiosa
para o segundo livro, com uma Ellery mais madura e com o mesmo jeito doce do
início do livro, ainda mais que esse livro termina deixando no ar uma
possibilidade maravilhosa para o casal.
Enfim, recomendo.
Citações favoritas
“[...] ele me fazia esquecer todas as coisas negativas na minha vida, mas a ironia disso é que a mais negativa de todas era ele próprio.”
“Mesmo que já tenha sido magoado, você tem que colar os cacos e seguir em frente. Todo mundo já foi magoado pelo menos uma vez na vida, alguns mais do que outros, mas você tem que escolher o que fazer com a dor.”
“Isso é uma coisa que você decide se vai ou não fazer. Você pode ir em frente e levar sua vida mais normal possível, ou abrir mão da vida e deixar que o sofrimento te consuma.”
“Porque chega um momento em que você tem que entender que algumas pessoas podem ficar no seu coração, mas não na sua vida, e essa é a minha maneira de manter você no meu coração.”
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