#Resenha: O Pessegueiro - Sarah Addison
Título: O Pessegueiro
Autora: Sarah Addison
Editora: Planeta dos Livros
Páginas: 256
Ano de publicação: 2013
Onde comprar: Amazon / Saraiva
A História
Essa é
uma história de amizade, mas também de amor e descobertas. Uma história que
mudou a vida de todos os que viviam em Walls of Water,
na Carolina do Norte.
A Blue
Ridge Madam é um clube feminino antigo, que guardava muitas e muitas histórias.
Próximo da chegada do dia do baile mais esperado do local, que seria na Madam,
Paxton fazia de tudo para que nada saísse errado. Contratando seu irmão, Colin,
Paxton contava com sua ajuda para fazer reformas no lugar.
Colin,
por sua vez, sendo apaixonado por natureza e paisagismo, já chegava em Walls of Water colocando tudo em ordem. Foi
quando conheceu o pessegueiro. O
pessegueiro era uma árvore grande e espessa que ocupava o lugar, no entanto, o
mesmo não dava frutos. Foi descoberto que o pessegueiro não fazia parte da
construção na época, tendo sido plantado quando a família de Willa se mudou
para lá.
Ao
contatarem Willa para saber sobre o que seriam as coisas que encontraram
enterradas onde o pessegueiro fora plantado, perceberam que havia muita coisa
fora do comum nisso tudo e que ninguém sabia ao certo que acontecera ali. Os fatos
não estavam na cara, sendo preciso ir mais afundo nessa história toda para
encontrar vestígios de amor, intrigas, traições, amizades e promessas que
ultrapassavam o tempo.
Ah,
você sabe, não é? Segredos e mistérios
nunca ficam enterrados por muito tempo.
Personagens principais
Willa
Jackson tinha sua vida monótona, se
mantendo longe de problemas do tipo que ela era acostumada a causar. Ela tinha
trinta anos. Willa tinha fama de que aprontava todas na escola, era responsável
por todos os trotes que aconteciam, conhecida como “a piadista”. Com cabelos
ondulados e rebeldes, de cor castanho-claro, em um corte que ia até pouco
abaixo das orelhas, ela é dona de uma loja de artigos esportivos que também tem
roupas e equipamentos ecológicos, bem como uma espécie de café instalado na
loja, deixando o local com perfume de grãos torrados. É uma mulher que fugiu de
quem era para não causar mais problemas a todos e a si mesma; a mudança foi
drástica, e agora ela não entende o motivo de Colin a venerar tanto, afinal,
hoje ela é completamente diferente.
Paxton
Osgood é irmã de Colin, apaixonada por Sebastian e morava na casa de piscina dos pais, sendo alta como o
irmão e tendo curvas generosas. Estava sempre muito bem arrumada, com roupas elegantes
e um porte bem dotado. Tinha 30 anos de idade, era uma pessoa que tentava
sempre alcançar a perfeição e descobrir que ela não existe foi seu maior
desafio. Presidente do clube feminino da Madam, Paxton tentava realizar o baile
de gala da melhor forma possível, contratando seu irmão para ajudar nessa
tarefa e contando com o Clube Social Feminino da Madam. Foi quando começava a
reforma da Blue Ridge Madam que sua vida mudou totalmente, porque segredos, como
já disse, por mais que sejam bem guardados, jamais ficam enterrados para
sempre.
Colin
Osgood é irmão de Paxton, com cabelos escuros, ele era bem diferente dela. Arquiteto paisagista, ele era um cara
apaixonado pela natureza, que se formou nessa área e vivia sua vida construindo,
deslocando, plantando e arquitetando projetos de paisagismo. Ele era um homem
grande, de presença marcante. No ensino médio, sofria com apelidos por
causa da sua estatura, mas o tempo que ele passou distante o modificou totalmente,
pois, agora, Colin tinha confiança e independência, impunha suas escolhas e não
abria mão delas. Ele era um cara bacana, lindo e inteligente, que admirava
Willa quando descobriu que era ela a piadista. Ao reencontrá-la, buscou tentar
trazer de volta aquela menina que lhe inspirou a tomar decisões corajosas, só
que ela não era mais essa pessoa... Portanto, naquele momento, ele precisaria reconhecê-la.
Personagens secundários
Sebastian
era dentista e melhor amigo de Paxton, embora ela seja totalmente apaixonada
por ele. Ele sabia disso, mas parecia que não sentia o mesmo, aparentemente ele
gostava de homens. Ele era alto e tinha olhos azuis, extremamente gentil e
amigável, sempre estando disponível para ajudá-la quando mais precisa. Ele é o tipo
de melhor amigo que não se pode perder e que todo mundo gostaria de ter ao
lado. Eles se conheciam muito bem, mas Sebastian percebia cada vez mais que
Paxton mantinha seus sentimentos por ele, isso o deixava incomodado. Uma coisa não se pode negar, ele jamais abriria mão dela, fosse como fosse.
Rachel
Edney trabalhava na loja esportiva de Willa. Oito anos
mais nova que Willa, Rachel era uma mulher bondosa, que se preocupava com a
chefe, levando-a a nunca descartar suas opiniões. Apaixonada pelo local, ainda
com seus vinte e dois anos, ela acabou ficando por lá e estava bem com isso.
Agatha,
Nana, é avó de Paxton. É uma idosa turrona e cega. Ela era melhor amiga de
Georgie e, diferente da velha amiga, sua memória e mentalidade estão saudáveis
e impecáveis. Ela guardava a sete chaves lembranças que viveu na Madam com
Gergie e suas amigas. E lembranças podem mudar tudo na vida de uma pessoa...
Georgie
é a avó de Willa de setenta anos. Ela vivia em uma casa de repouso, a mesma
que Agatha vivia. No entanto, Georgie estava mais debilitada que Agatha. Costumava
ser a melhor amiga de Agatha, mas muita coisa acontecera naquela época e,
talvez, isso fará toda a diferença até nos dias atuais.
Capa, escrita e detalhes
A capa do
livro é linda, porém não permite que imaginemos o que é, de fato, a história. Nos
faz imaginar que é um romance bonito, mas nem de longe dá para saber que
existem tantos mistérios a ser desvendados (o que gosto bem mais, claro).
Quem conhece
a escrita da Sarah sabe o quanto é gostosa de ler e o quanto a leitura flui
rapidamente. Se pela capa não é possível saber que existem segredos e mistérios
a ser revelados, pela escrita é impossível não perceber. Impossível não devorar... Sarah Addison é mestre em criar histórias com
um toque de fantasia, mistério e muitas revelações bombásticas (o que adoro, claro novamente).
O livro é
narrado em terceira pessoa e conta a história pela perspectiva dos personagens
em questão. Todos têm sua colaboração na história e suas vidas caracterizadas
de forma singular, o que também amo, pois se tornam personagens reais e bem
construídos, possibilitando que nos coloquemos em seu lugar. Então, em cada parte da história, o livro é narrado pela perspectiva de um determinado personagem.
A história
é cheia de reviravoltas quanto aos segredos que vão sendo descobertos no
desenvolver da trama. Laços de família serão quebrados, outros renovados. Amores
serão desfeitos, outros encontrados. Desamores farão parte do caos da história,
mas reencontros poderão te fazer sorrir, com cara de bobo quando vê uma cena
bonita. Amizades estarão em risco, enquanto outras estarão se descobrindo. E o
mistério todo é que nem toda árvore dá bons frutos, há aquelas que dão frutos
ruins, mas também há aquelas que nem frutos dão. São inférteis, de amor e de
paz.
Conclusão
Gente, primeiro quero dizer que li esse livro em uma leitura conjunta com a lindeza de sempre da Marina do Blog Resenhando por Marina, leiam a resenha dela aqui! Obrigada, Mah, pela companhia nas mais altas madrugas e por nunca rejeitar uma aventura mágica! ❤
Uma coisa é fato nas histórias da Sarah, inclusive nessa: é preciso gostar de ir além daquilo que é visto como normal. Sabe quando o surreal habita nossos sonhos? Nesse livro, nossos sonhos é que habitam o surreal. É que o mundo aqui não é comum aos olhos, mas vai esquentar seu coração. Vai te deixar encabulada(o), se perguntando como é que a autora faz para construir universos tão encantadores e, ao mesmo tempo, com as imperfeições que sempre vão existir.
Uma coisa é fato nas histórias da Sarah, inclusive nessa: é preciso gostar de ir além daquilo que é visto como normal. Sabe quando o surreal habita nossos sonhos? Nesse livro, nossos sonhos é que habitam o surreal. É que o mundo aqui não é comum aos olhos, mas vai esquentar seu coração. Vai te deixar encabulada(o), se perguntando como é que a autora faz para construir universos tão encantadores e, ao mesmo tempo, com as imperfeições que sempre vão existir.
Em O
pessegueiro, descobrimos o quanto uma promessa é importante na vida de alguém e
o quanto muda tudo quando são mantidas. Descobrimos que a amizade que criamos
através de laços fortes e verdadeiros pode até ser abalada, mas, se você ainda
acreditar, ela se manterá. Sobreviverá ao tempo. E iremos descobrir que crescer
não significa mudar apenas, mas se descobrir. Não podemos ser como querem que sejamos só pelo fato de nos verem de
tal forma, às vezes é necessário mudar a forma como nos veem para nos tornarmos
quem realmente somos.
Recomendo
muito! Principalmente para quem ama romance e fantasia. Aliás, recomendo também
o livro A garota que perseguiu a lua (resenha aqui), também da autora, que amei
da mesma forma.
Citações favoritas
"(...) os cortes de papel significam que há mais coisas escritas na página, palavras que os olhos não podem ver, e os pássaros estão sempre a postos, para protegê-lo daquilo que você não vê."
"Revestira sua vida com tanta calma que achava que nada poderia penetrá-la. Aparentemente, algumas coisas ainda podiam."
"As superstições são a forma de o homem tentar controlar coisas de que não tem controle algum."
"Sua avó lhe descrevera isso uma vez, depois de fazer uma torta de limão que saiu ruim, e era exatamente o gosto da tristeza."
"Isso é o que acontece quando você tem demais. Ele passa a ser como poeira, algo que constantemente se desloca ao seu redor, mas você nunca toca de fato."
"Segredos nunca permanecem sepultados, independentemente do esforço que você faça. "
"Por que as meninas tinham tanta pressa de crescer? Agatha jamais entenderia. A infância era mágica. Deixá-la para trás era uma perda monumental."
"Parte de seu coração ainda estava ali em algum lugar. Ele só gostaria de saber onde, para que pudesse pegá-lo de volta.”
“Não há nada mais satisfatório do que colocar no papel o que você mais quer. Isso dá substância a algo que antes era tão abstrato quanto o ar. Isso é um passo a mais para o seu desejo se tornar real.”
“Toda vida precisa de um pouquinho de espaço. Isso deixa lugar para que coisas boas entrem.”
“Porque somos ligadas, como mulheres. É como uma teia de aranha. Se uma parte dessa teia vibra, se há problemas, todas nós sabemos. Contudo, namaior parte do tempo, somos apenas medrosas, egoístas ou inseguras demaispara ajudar. Mas, se não nos ajudarmos, quem irá fazê-lo?”
“As pessoas se adaptam. As pessoas mudam. Você pode, sim, crescer no lugar onde se enraizar.”
“Quando você é adolescente, seus amigos são sua vida. Quando você cresce, as amizades ficam cada vez mais distantes, até parecer um luxo, uma frivolidade, como um banho de espuma.”
“— A felicidade é um risco. Se você não sentir um pouquinho de medo, não está fazendo a coisa certa.”
“O destino nunca lhe conta tudo de cara. Nem sempre lhe é mostrado o caminho de vida que você deve seguir. Mas se havia uma coisa que Willa aprendera nas últimas semanas era que, quando você realmente tem sorte, encontra alguém com o mapa.”
“Se você abrir espaço em sua vida, boas coisas entrarão.”
0 Recados
E você, o que achou do post? Me conte aqui nos comentários!
Deixe seu link para eu conhecer seu blog também. ;)