Nascemos perfeitos
Passamos a vida toda à procura de uma metade. Bom, pelo menos eu
sim, estou sempre à procura de alguém que me transborde. Falo sobre transbordar
e não completar. Com o tempo, aprendi que já nascemos completos, mas isso levou
um bom tempo. Foram longas caminhadas,
grandes decepções, até entender que sou completa. Apenas preciso de alguém que
seja completo também para, juntos, somarmos. Ou talvez não...
Antes eu andava em uma procura excessiva da minha metade da laranja, do encaixe do meu coração, da minha alma gêmea, e por aí vão os nomes
que damos a este outro indivíduo que estamos procurando. Ao longo do caminho,
me deparei com pessoas que à primeira vista – nooossa! – pareciam ser perfeitas
para mim, mas depois de algumas conversas e até trocas de carinhos, percebia
que não se encaixavam, até me machucavam, pois eu insistia em tentar encaixar
algo que não era para mim. Também
existiram outras que, de cara, eu já sabia que não dariam certo, ou eram quadradas
ou pontiagudas, sei lá, só sei que não eram da mesma forma que eu, então eu
saí correndo, e, às vezes, também me enganava.
No caminho até encontrar essa minha metade, que eu achava que iria me completar, me deparei com pessoas legais que não eram o meu encaixe, melhor
dizendo, não eram meu encaixe de par romântico, mas eram encaixes de amizades. Andei
sozinha por alguns lugares, e, no fundo, tinha dias que gostava dessa solidão;
foi ali que fui me conhecendo, admirando as coisas pequenas da vida e da
natureza, como por exemplo uma flor, a lua, principalmente cheia, que amo, o
pôr do sol. Apreciei uma boa música, às vezes dançante, outras românticas mesmo
não estando apaixonada mas porque a
letra me tocava; até mesmo comia bastante doce ali, sozinha, deitada na minha
cama, olhando pro teto.
Até o dia
em que trombei com minha metade, ou melhor, peguei uma carona com ela... Eu estava finalmente completa, ou melhor, acreditava estar,
corria para todos os cantos de mãos dadas com minha metade, fazíamos tudo
juntos, estava perfeito, até eu me cansar daquilo... Com o tempo, vi que perdeu
a graça, o encanto passou, e parei somente em um lugar, não conheci mais
ninguém, não aprendi mais nada com meus erros e acertos, não tinha mais meu
tempo somente na minha companhia, na minha liberdade. Foi quando descobri que sempre fui completa, que não precisava de
metade, precisa, talvez, de alguém completo para me transbordar.
Hoje em dia ando por aí, distraída da vida, e posso garantir que
ando feliz, não ando na procura excessiva de alguém, se vier é lucro, se não
bola pra frente. A verdade é que gosto da minha solidão, das minhas amizades,
até das minhas bads, gosto de ouvir
um modão doido, acordar e não ter
aquela “obrigação” de mandar mensagem pra alguém. Hoje, mando quando quero e
pra quem merece. Gosto de conhecer gente nova pra somar aprendizados.
E assim segue a vida.
Sabe, leva um bocado de tempo pra gente perceber que somos completos, mas a própria sociedade, ou ate nós mesmos antes de nos conhecermos a fundo, acreditamos cegamente que precisamos de uma metade. Nessa procura abusiva e louca, perdemos grandes momentos únicos jamais vividos novamente, perdemos também pessoas que poderiam se encaixar na gente, mas por falta de percepção não vimos. Com o tempo, percebi que a falta dessa metade faz falta, confuso, não é? Mas é exatamente a falta dessa metade que dá sentido a vida, dá aquele frio na barriga, dá aquela vontade gostosa de viver, de seguir a vida.
Sabe, leva um bocado de tempo pra gente perceber que somos completos, mas a própria sociedade, ou ate nós mesmos antes de nos conhecermos a fundo, acreditamos cegamente que precisamos de uma metade. Nessa procura abusiva e louca, perdemos grandes momentos únicos jamais vividos novamente, perdemos também pessoas que poderiam se encaixar na gente, mas por falta de percepção não vimos. Com o tempo, percebi que a falta dessa metade faz falta, confuso, não é? Mas é exatamente a falta dessa metade que dá sentido a vida, dá aquele frio na barriga, dá aquela vontade gostosa de viver, de seguir a vida.
Minha
inspiração para esse texto está no livro A
Parte que Falta, que recomendo muito. E aí está outra coisa que senti falta
quando estava com minha metade: escrever, eu até que escrevia, mas tinha apenas
um único destinatário, já agora escrevo para todos, escrevo para quem se
identificar, e isso me transborda de alegria.
Autoria: Cláudia Goliver
Autoria: Cláudia Goliver
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Texto enviado pela leitora Cláudia Goliver. Leia mais no blog dela! Envie seu texto também!
2 Recados
Ai que lindaaaa, voce compartilhou aqui mesmo <3 :) que honra, voce nem imagina, aguenta coração rs
ResponderExcluirObrigada lindona, e tu ja sabes sou fã numero um do blog ne, mesmo as vezes dando uns sumiços sempre volto rs
Beijooooss e obrigada
http://claugoliver.blogspot.com.br
Oi, Cláudia! Eu te enviei um e-mail avisando, não recebeu?
ExcluirEnfim, fico feliz que tenha gostado, lindona! <3
Obrigada por todo carinho de sempre, viu? Fico feliz demais.
Volte sempre! <3
Super beijo,
Sâm
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