Faz tanto tempo
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Faz tempo que não te escrevo.
Faz tempo que não conto meus segredos mais secretos. Faz tempo que
não falo com muita sinceridade sobre nós dois e os nós que nos
formam. Qual foi a última vez que leu uma carta enigmática minha?
Quando foi que percebeu que era para você? Que eu estava tentando
lhe dizer o quanto sinto falta de algo que nunca, nunquinha, tive.
Que estava tentando lhe mostrar o quanto dói a distância
relutante que invade nossas vidas todos os benditos dias. Que liguei
o foda-se para a humanidade e os meus desejos antigos para viver um
feliz sem fim ao seu lado. Que estou a cada vez mais hipnotizada com
a ideia de podermos ser, finalmente, aquele algo a mais bizarro.
Faz tempo. Muito tempo que ando
calada no tempo em que estamos tentando vencer. Faz tempo que venho
contando as migalhas dos minutos que passo ao seu lado. Faz tempo que
coleciono sonhos de olhos abertos, imaginando um café quente na
cama, um sorriso de bom dia ao lado, bem ao lado, sabe? E aquelas
torradas que sobem da torradeira quando menos se espera. Faz tempo
que imagino os dias que nunca tive. Faz tempo que sinto uma saudade
extrema de algo que nunca vivi. Faz tempo que tento não pensar no
tempo. Nesse que passa rapidamente, mas que parece deixar tudo como
está por aqui. Talvez ele não esteja fazendo direito ao passar.
O tempo passou ligeiro, mas ainda
estamos no mesmo banco da mesma praça. Ainda estamos no mesmo ponto
do primeiro encontro. Ainda estamos no mesmo lugar dos primeiros
olhares. Ainda estamos no mesmo canto dos primeiros pensamentos. Os
mais secretos. Os mais sacanas. Os mais indescritíveis. Ainda.
Estamos. Aqui. Exatamente onde começamos há tantos anos atrás.
Parece que nada mudou, embora o mundo tenha mudado milhões de vezes.
Embora tenhamos mudado durante todo esse tempo que sequer nos
reconheceríamos novamente. Estamos na mesma esquina. Na mesma
calçada daquela ruazinha que desce sem medo de onde ir. Ao contrário
de nós.
Quer dizer, você diz que não
sente medo. Devo lhe dar os parabéns? Eu gostaria que tivesse,
sinceramente. Mas também gosto do gosto que me faz sentir
depositando tanta confiança no que somos. Mas é aí que sinto mais
medo, sabe? Tão contraditório quanto poderíamos ser. Somos uma
mistura louca e barulhenta juntos. E gosto do nosso barulho. Das
nossas brincadeiras sem o menor sentido. Das nossas manias malucas de
todos os dias. De como criamos nossa própria e tão peculiar rotina
e a mantemos saudável. Gosto dos nossos contras também. De como
discorremos sobre vários assuntos. De como nos abrimos um com o
outro. Quero dizer que gosto de ser o que sou quando estou ao seu
lado. Gosto de que sejamos exatamente iguais quando estamos separados
também.
Fazia tanto tempo que não me
satisfazia apenas em citar você em meus poemas internos. Em minhas
palavras pesadas e metafóricas na maioria das vezes. Fazia tempo que
não vasculhava meu mundo de dentro e me permitia expor você tão
preso dentro de mim.
Você é a parte mais bela dos
meus mais sinceros sentimentos. Há muito tempo.
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2 Recados
Belo e sincero texto como sempre ne... Em algumas partes me fez lembrar alguém, mais deu uma saudade boa e a certeza que nao quero de volta. Parabéns amoo quando tem textos aqui haha
ResponderExcluirbjss
OI, linda! <3
ExcluirGostei de saber que está determinada em não querer de volta, mesmo tendo saudades boas. Isso é amadurecimento.
E eu amo suas visitas! Nunca pare! Hahaha.
Volte sempre! <3
Super beijo,
Sâm.
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