Os dias que se foram sem um bilhete de adeus
Hoje
estou desmoronando. Não como se o mundo estivesse acabando. Nem como
se a vida tivesse chegado ao fim, é só que, sério, não tenho me
sentido inteira faz tempo, parece que sempre falta algo. Hoje, como
de costume, já acordei pela metade. Uma metade que nem sei se é
possível medir. Talvez não haja rótulos para ela, simples assim.
Ou talvez haja apenas seus pedaços indefiníveis espalhados pelo
quarto frio. Sabe quando você acorda com as incertezas pulando do
coração e a razão fora de área por tempo indeterminado? Acordei
sem cobertura alguma.
Talvez
seja por isso que senti frio logo assim que abri os olhos, apesar da
coberta quente e felpuda que me cobria o corpo. Eu quis a quentura
dos braços dele. Do colo da minha mãe. Do abraço forte do meu pai.
Eu quis um corpo que não estivesse na frieza do meu. Porque, aqui
dentro, o gelo já estava evaporando, congestionando as veias. O frio
atingiu em cheio o coração amargurado. E, quer saber? Não há
xícara de chá quente que resolva. É que, às vezes, não é
só o frio do lado de fora que congela, o de dentro faz os piores
estragos.
Mas
hoje é só mais um dia. Repito até que eu mesma acredite que não
se possa fazer muito mais por ele. É só mais um dia na bagagem
do calendário. E nós estamos no meio de todo esse trânsito que
anda rápido e bagunçado e, de repente, já é dezembro, mas a gente
sequer completou a lista de tarefas de janeiro. Os dias vão indo,
mas sinto que estou parada no sinal vermelho. Algo está fora da
minha rota e eu não sei dizer o que é. Será que é assim que a
gente se sente quando o carro acaba a gasolina? Ou é quando a gente
não tem mais vontade de ir?
Será
que é assim que a gente fica quando não sabe mais por qual caminho
seguir?
É
tão difícil dizer adeus para as histórias que vamos deixando para
trás. É tão difícil desapegar quando, na verdade, a gente vive no
apego profundo. Somos puros apegos. É por isso que sofremos quando
as malas estão prontas e somos obrigados a dizer adeus. Ninguém
sabe dizer adeus. Não de verdade. Não, quando, no fundo, nossa
maior vontade é de ficar. Não, quando, na verdade, queremos mesmo é
carregar tudo conosco, porque, simplesmente, não sabemos deixar
muita coisa para trás.
Somos
museu.
Desse
que guarda eternas lembranças dos melhores momentos. Momentos feitos
para durar. Momentos feitos para serem guardados até que a nossa
caixa da memória se dissolva com o tempo. Então a gente vai
vivendo os dias que se vão sem deixar que muita coisa vá junto. Os
dias vão, mas a gente sempre fica meio perdido, não é? Nunca
sabemos se estamos no caminho certo. No entanto, a gente está lá,
sempre na fila da esperança de acertar. O tipo de fila infinita. O
tipo de fila que não tem fim, muito pior que a do banco.
Os
dias passam.
E
essa é uma frase simples. Talvez, você nem sinta a grandeza dessas
palavras, ou sinta, mas tenta disfarçar com um riso amarelo, dizendo
que está tudo bem. Está bem que os dias passem sem que a gente
perceba que passaram? A gente não espera que as coisas acabem, mesmo
sabendo que um dia isso irá acontecer. Foi tudo o que aconteceu com
os dias que se foram sem, em momento algum, deixar um adeus num
bilhete qualquer.
E
tudo bem. A gente não sabe dá adeus mesmo.
A
gente não diz adeus, porque o adeus parece um eco que não tem fim,
mas, no fundo, nós sabemos que tem. E mais ainda, sabemos o quanto
dói.
❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤
E aí? Se identificou? Também já passou por isso? Conte-nos nos comentários! Não se esqueça de curtir e compartilhar com os amigos, se você gostou!
2 Recados
Uauuu q lindoooo tocou mtoo, as vezes me sinto assim tão friaaa, e concordo não sabemos dizer adeus pq doi e doi mtoo somos eternos museus e eu como sou haha apegada assumida. Ameei o texto e q alegria te-lo p ler e ser avisada haha. Bjs lindeza ansiosa p o próximo rs vc sempre me descreve😚😍
ResponderExcluirOi, Cláudia! <3
ExcluirJá disse que adoro suas visitas? Pois é, adoro! Hahaha.
Fico muito feliz por se identificar sempre com que escrevo, viu? Principalmente por gostar! <3
Obrigada pelo apoio e visita de sempre!
Volte mais vezes, viu?!
Super beijo,
Sâm.
E você, o que achou do post? Me conte aqui nos comentários!
Deixe seu link para eu conhecer seu blog também. ;)