Eu te digo sim todos os dias
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Eu
me pergunto o que será de nós. Em um amanhã louco. Em uma estrada
distante. Em mundos opostos e travesseiros separados por milhas e
milhas. Eu me pergunto, onde estarei. Em uma desilusão estranha com
a vida. Ou aos prantos em um quarto abatido. Aqui, ali, lá, menos
perto o suficiente. Menos certo o suficiente. Eu me pergunto o que,
de fato, é suficiente. A espera pelos dias melhores. Os sonhos
acerca dos dias melhores. O desejo ou a determinação? O
que resta se o que sobra é apenas a incerteza das escolhas?
Eu
me pergunto quando. Quando vamos deixar de viver dias intermináveis
sem terminar qualquer um deles ao lado um do outro. Ao fechar os
olhos e sussurrar boa noite. Ao estalar o último beijo do dia em
nossos lábios fundidos. Eu me pergunto, até
quando? Até quando vamos ser assim, estar aqui, mas
completamente lá do outro lado. Ser aqui, mas viver por lá. Querer
aqui, mas nunca ficar.
Eu
me pergunto se ainda vou estar aqui. Esperando. Sofregamente.
Diminuindo. Diminuindo. Até não sobrar muito. Até não mais fazer
falta. Até não sobrar espaço. Eu me pergunto onde ainda caberei.
Na mala. Na bagagem de mão ou na bagagem da vida. No canto esquerdo.
Direito. Tanto faz. Será que tanto faz? Onde, ainda, poderei caber?
Por quanto tempo irei fazer parte das lembranças, dos desejos, dos
sonhos... por quanto tempo serei eu na sua vida até que não mais me
reconheça?
Somos
complicados. Tão complicados que me pergunto onde foi que eu errei
nessa conta toda. Multipliquei muito? Não dividi o bastante? Onde
subtraí que sequer percebi? E quando foi que deixei de somar para
que restasse tanto? E o pior é não saber o que fazer com o resto
que sobrou. Somos tão complicados. Vamos crescendo,
crescendo... uma hora a gente aprende que a vida ensina nos tombos
também. Mas que um joelho ralado será sempre um
joelho ralado. Há marcas que simplesmente ficam para sempre.
A gente nunca esquece. A gente nunca volta a acreditar novamente que
sarou, cicatrizou e que não haverá mais tombos.
A
verdade é que estou um caco por dentro. Há cortes que não fizeram
mais que me explorar. Virei refém da minha própria dor. Virei refém
das minhas escolhas. Das minhas e, inteiramente, minhas escolhas. É
que a gente cresce e esquece que nossas escolhas nos fazem quem
somos. Essa sou eu, então? Estou presa a mim. Porque eu aceitei.
Disse sim. E olha que foi para não sofrer mais tanto assim, e ando
sofrendo até hoje. Pelo mesmo motivo.
O.
Mesmo. Maldito. Motivo.
Eu
me pergunto o que vale a pena, mas, no fundo, a gente não prefere
abrir mão daquilo que nos faz sorrir largamente, de fazer a bochecha
doer. A gente não quer dizer que não quando nosso maior desejo é
dizer sim. É deixar rolar para ver no que dá, mas ter a certeza de
que vai ser difícil. Extremamente difícil. Tão difícil que me faz
temer que minhas pernas possam realmente aguentar. E permanecerem
firmes. No entanto, sei que não vai ser assim. Vai ser pior. Muito
pior.
Só
que eu continuo dizendo sim.
Todos. Os. Benditos. Dias.
4 Recados
amei o texto, chorei pois me vi em cada palavra
ResponderExcluirhttps://dose-of-poetry.blogspot.com.br/
Fico feliz que tenha se identificado!
ExcluirObrigada, linda.
Volte sempre!
Super beijo,
Sâm.
Ameii o texto me identifiquei muito
ResponderExcluire amei a escolha da foto tambem mto linda
Oi, Cláudia! 😍
ExcluirSenti sua falta por aqui!
Fico feliz que tenha gostado. Eu também amei essa foto! Obrigada, lindona! ❤
Super beijo e volte sempre!
Sâm
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