E o terceiro encontro?

by - julho 07, 2017


Aurélia, uma moça bonita e inteligente, viu que a vida às vezes pode ser surpreendente e que isso nem sempre é agradável ao coração...
Sempre defendeu que uma mulher não deveria se entregar a um homem sem compromisso, que sexo sem amor era ilegal.
Um dia, percebeu que havia entrado no carro de um quase desconhecido, seguiu para a casa dele, fez amor e experimentou as melhores sensações...
Ela, tão complexada com seu corpo, se surpreendeu, como se sentia a vontade nos braços daquele moço, ela se encaixava no abraço dele e tinha a estranha sensação de que, embora tão desconhecido, ela poderia ficar um longo tempo ali, naquela cama, naquele quarto que mesmo com ar ligado no 18 estava super aquecido.
E ali riam da energia que brotava de seus corpos, riam do vinho que sem querer derramaram sobre os cobertores.
Embora a estranheza, Aurélia sentia que havia uma conexão ali, não era só pele. Foram apenas algumas horas de sintonia e prazer, ela voltou para a realidade.
No dia seguinte esperava receber um bom dia junto com um emoji feliz... Mas também esperava pelo silêncio.

O celular acendeu com notificações que fizeram seu coração vibrar.
Assim, dois dias depois, quando percebeu estava lá novamente nos braços de seu quase desconhecido. Dessa vez ela voltou para casa com a sensação de final de filme.
E o tempo foi confirmando suas desconfianças, ela não é expert nessa onda de ser ficante, mas também não é ingênua ao ponto de se iludir no segundo encontro.
De repente, vencida pela curiosidade resolveu buscá-lo nas redes sociais, ela no fundo sabia o que iria encontrar. Não foi difícil, logo encontrou o perfil dele, visualizou seu status "Em um relacionamento sério ". Ele havia dito que não tinha ninguém…
Ela não tem nada a cobrar, não é dona dele, nem nada parecido.
Ao encontrá-lo na rua, ele riu... Ela simplesmente, com olhos tristes, o fitou enquanto murmurava mil pensamentos, por que ele mentiu?
Mas o que realmente doeu foi ter se entregado daquela forma.
A vida segue, e ela lindamente segue com a certeza de que não nasceu para ser segunda ou terceira opção.
Ela segue com a certeza de que pode dividir o seu pote de sorvete de flocos, seu bombom de cupuaçu, sua cuia de açaí com tapioca.
Ah, mas dividir o amor de um homem, isso não, ou é exclusividade ou não é nada.

Autora: Deise Amorim 


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