Uns sorrisos, por favor!
Por onde seguir quando suas
pernas já se cansaram de andar por aí sem rumo e suas muitas e
muitas faces já se esgotaram fingindo que o mapa está certo em suas
coordenadas e que está tudo bem? Para onde ir quando, de repente,
você passa a entender que a gente nunca vai se sentir completamente
preenchido com o que tem? Que sempre vai haver algum tipo de vazio e
que talvez jamais possamos compreender o que é que, no fundo, ainda
falta. Querer um amor, mas não querer joelho ralado, é possível?
A alma só chora ou também ri?
No fundo, a gente sempre acaba
escondendo como um segredo cruel que sentimos medo de olhar pela
janela e não vê que o sonho não está ali tão perto. E que é
preciso mais do que sonhar todas as noites, olhando as estrelas, na
espera de que alguma caia do céu e realize o que a gente não
conseguiu realizar. Quero um caminho, mas não quero tombos. Virar a
cada esquina é um ato de coragem, nós nunca saberemos o que estará
lá depois da curva, mas mesmo assim a gente agita os passos e vai.
Porque, enquanto a gente tem pressa, o tempo voa.
Quero sorrir, não com um riso
amarelo, mas com a alma. Há sorrisos que desmancham antes mesmo da
gente sorrir de volta. O tempo é curto, mas há sorrisos mais curtos
ainda. E ao invés de acalentar a alma da gente, esfria, tão rápido
quanto o café que bebericamos da xícara. Tão ligeiro quanto as
gotas que nos acertam em segundos em dia de chuva forte. Existem
sorrisos que sorriem amarelo, como se escondessem sua essência, como
se o mundo fosse incapaz de compreender. Ou como se o mundo de dentro
daquele alguém fosse manchado. Mas também há risos transparentes.
Desses que rasgam a alma da gente e se acalentam perfeitamente, como
nossas pálpebras sobre os olhos. Como as estrelas fazem par perfeito
com a escuridão da noite. Ou como os livros combinam
maravilhosamente com a decoração da minha estante transbordante.
Às vezes a gente só precisa de
um riso sincero, um amor para estar realmente ao lado (seja ele quem
for, pai, mãe, irmãos, companheiros, amigos…), e um caminho para
chamar de seu. No entanto, quer a real? O mundo real mora ao lado da
dor, do sofrimento, do desencanto, só que a gente não precisa
deixar as portas da nossa casa abertas para visitas indesejadas,
sabe? E mesmo que pulem as janelas, sempre é possível colocar para
fora. E caso não seja, caia fora você. Porque recomeçar é só o
primeiro passo, e vamos precisar estar dispostos para os próximos
que virão. Para as esquinas que ainda irão surgir em nossa frente,
com curvas perigosas ou não, não mudaremos de calçada se ainda
houver chance de que tudo dê certo.
E vai dar. Tem que dar.
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