Talvez o amor seja tantas outras coisas
Não importa quantas vezes eu
cansei do amor. Não importa, sabe? Eu simplesmente estou aqui,
sempre e sempre, tentando, de novo e de novo, ser feliz. A vida é
engraçada, às vezes estamos no mergulho mais profundo do mar e nos
deparamos com as ondas mais belas, que nos levam para longe, depois
trazem de volta. Mas, às vezes, e talvez na maioria delas, a gente
nada, nada e nunca sai do lugar. Mergulha e volta sem ter expandido
nosso horizonte, nosso espaço. E não importa, sabe? A gente vai
levando assim mesmo, porque sabe que tem que levar. Por isso, depois
de todas as noites com o pensamento flutuando por aí em busca dele,
para ele e por ele, eu ainda decido amar.
E, mais uma vez, estou ali, bem
em frente sua casa, levando o dedo na campainha mais uma vez até
recuar e recomeçar tudo novamente. Então eu canso de novo. Mas,
quer saber? No outro dia, ainda estarei aqui, pronta para amar. É
que não dá para desamar de um dia pro outro, sabe? O amor nos
consome tão rapidamente, mas não é com a mesma energia que vai
embora. Ele vem penetrando aos pouquinhos sem que a gente perceba,
mas tudo vai mudando drasticamente de dentro para fora. Quando ele
tem que ir embora é o lado de fora que precisa mudar primeiro. Dar o
primeiro passo.
Talvez a gente precise aprender a
desamar também.
É difícil, claro. Amar é
fácil, manter o amor que pode ser mais complicado, mas não
impossível. E quando falo sobre desamor, deixo aqui as inúmeras
afirmações de que se você deixou de amar é porque nunca amou, em
branco. Não dá pra colorir a tela que já foi tão retalhada. Mas,
sério, você acredita mesmo nisso? Então, pode ser que, diante da
leitura dessa tela, as pessoas não mudem e, por isso, seus
sentimentos permanecem. Há tintas generalizadas. Há manchas nessa
pintura, e eu não vejo como tudo pode acontecer de um único jeito
sempre. As coisas mudam, o tempo vai embora e leva consigo qualquer
coisa que esteja pelo caminho, assim como as pessoas também.
Nós deixamos um pedacinho de nós
a cada esquina que viramos, a cada tempo que passa. Mas também
ganhamos novos pedaços. Nós somos construção constante.
Amar e desamar têm lá suas
sincronias e dores. Existem por algum motivo. E também há aquela
dúvida quanto aos sentimentos sinceros. Mas, sério, quem é que
pode julgar um sentimento? Chamá-lo de impróprio ou falso? Ninguém
pode julgar a dor dos outros, o amor também não. Cada ser carrega
seu direito de amar, de sofrer, lutar, chorar, retroceder, recomeçar.
E muito mais. E talvez seja por isso que o amor não tem definição.
É tanto. É muito. Vai além de tudo que conhecemos, talvez. É
complexo. E tantas outras coisas.
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