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#Resenha: Você se lembra de mim? Por Megan Maxwell - Editora Planeta
Gente,
eu confesso que quando esse livro chegou da editora Planeta, parceira aqui do blog,
embora tenha achado a capa linda, pensei que seria apenas mais um romance;
desses que já estamos acostumados e tal. Então, li a sinopse pela milésima vez
e disposta, mesmo assim, a dar uma chance ao romance, confiante, iniciei a
leitura no dia seguinte. E, após ler a página “Notas da autora” antes mesmo de
iniciar a história, morri de amores. Sim, lá Megan nos explica como gerou a
ideia de escrever esse romance baseado na história de vida de sua mãe. Só
nisso, o livro já havia supostamente me ganhado, bastava, agora, alcançar
minhas expectativas. E, devo acrescentar já de imediato, que o livro não só as
alcançou, como as extrapolou.
Em
“Você se lembra de mim?” encontramos uma narração em terceira pessoa que,
primeiramente, nos apresenta a Carmen e Loli (que são irmãs) e Teresa e Renata.
Quatro amigas em busca de alcançar seus sonhos na Alemanha. As quatro, morando
juntas em uma pensão para moças, trabalham na mesma empresa e se tornam
melhores amigas e partem em busca de seus sonhos. A cada dia vemos uma linda
amizade crescendo entre elas.
Tudo
muda quando surge o amor em suas vidas, em especial na vida de Carmen e Loli,
após acontecer com Teresa, que acaba se afastando das amigas. Mas, ao contrário
de Teresa, que não foi muito sortuda, Loli e Carmen se viam lindamente
apaixonadas e recebiam reciprocidade, o mais importante. O problema era que os
seus amores, tanto de Carmen, quanto de Loli, eram militares do Exército dos
Estados Unidos.
Carmen
e Teddy, que faziam meu coração suspirar, viviam dias intermináveis de amor e
eram muito felizes. Até que um dia, não muito tempo após se conhecerem na
verdade e passar a se amar, o casal se vê diante de um grande dilema, quando
ele, o cabo Teddy Díaz, é obrigado a ir para o Vietnã em guerra. Mesmo não
tendo eles se casado, apesar de terem planejado tudo, mas terem ficado só nos
planejamentos, prometendo voltar para Carmen, Teddy lhe deixa seus discos, suas
belas lembranças e a promessa de voltar e escrever sempre que puder para ela. Ele
cumpriu sua promessa de lhe escrever quando pudesse, e Carmen lhe respondia
também por cartas que chegavam tempos depois de serem enviadas.
Logo
após Teddy partir, Carmen descobre que está grávida e conta isto a ele por
cartas, além de lhe mandar fotos de sua filha e tudo mais, coisa que o deixa
muito feliz e esperançoso de um futuro com ela e sua filha. Dadas as
circunstâncias, ela volta para Espanha, de onde veio, para casa de seus pais,
que lhe acolhem com sua filha já nascida, Alana, mesmo sendo mãe solteira (que
naquela época era um caso muito sério).
Depois
disso, Teddy perde contato com Carmen por um longo tempo, até que consegue lhe localizar
através do pai dela e torna a contatá-la sobre tudo. Depois de um tempo, as
chegadas das cartas de Teddy começam a diminuir drasticamente, até ela não
receber mais nenhuma.
Vale
lembrar aqui, que Carmen não era casada com Teddy, portanto, nem Alana nem
Carmen possuíam seu sobrenome, ou seja, não eram consideradas da família. Sendo
assim, todas as investidas em encontrá-lo se tornaram nulas.
Após
35 anos, Alana já é adulta e tem sua vida fixa e bem estruturada, trabalha em
uma empresa onde é jornalista. Tem suas amigas, em especial Isa, um amor de
pessoa. E tem sempre por perto sua mãe, Carmen.
Em
uma viagem a Nova York, Alana conhece o norte-americano Joel Parker e se
apaixona. Mas, saber que o cara é um
militar, mais especificamente um fuzileiro Naval, a deixa incomodada e com
muito medo de se entregar, já que sua mãe havia vivido com um militar antes e
até hoje sofrera. E embora tente se afastar dele, ela se vê cada vez mais
apaixonada e se pega sem saber como agir diante disso.
No
meio disso tudo, Alana se pega pressionada com a insistência de sua mãe para
que procure por Teddy, seu pai, com a esperança de que possa encontrar rastros
sobre o que poderia ter acontecido com o amor de sua vida. Mas Alana hesita até
encontrar em Joel as facilidades que precisava e acaba se envolvendo demais com
a história de procurá-lo. O que Alana não esperava era que sua vida daria uma
grande reviravolta e tudo mudaria do dia para a noite.
Bom,
no geral, a história é essa, eu juro que estou me segurando para não acabar
dando Spoiler aqui. Diante de tudo que acontece no livro, Alana é pressionada
pelo amor que sente por Joel e seu sofrimento quando ele sai em trabalho (como
para o Afeganistão) e pela história de
sua mãe que não lhe sai da cabeça.
O
livro é dividido em duas partes: a primeira conta a história de Carmen e Teddy,
desde que se conhecem e tudo mais. Aqui, nos pegamos dentro de várias
histórias, como as das meninas, sua irmã e suas amigas. E somos levadas a uma
linda amizade que também tem seus altos e baixos. E na segunda parte, 35 anos
depois, caímos dentro da história de Alana e Joel, dentre outras, como a de
Isa, melhor amiga de Alana, e sua mãe Carmen e seu passado. Tudo acontece,
praticamente, ao mesmo tempo, desde a uma grande oportunidade no serviço de
Alana até o passado de sua mãe e seu novo amor.
Devo
deixar claro, como acho que já deixei logo de início, que a história é
incrivelmente surpreendente. Eu, particularmente, nunca havia lido nada
parecido. E é muito emocionante, pois as histórias, apesar de estarem separadas
no livro, estão o tempo todo relacionadas, como a amizade de Carmen e as
meninas que continuam até o fim e outras coisas que não posso dizer. Hahaha.
Enfim, a história é linda demais, e você se pega o tempo todo querendo saber
mais, não dá pra largar o livro. No início, confesso que eu arrastei um pouco,
pelo fato de que Megan (a autora) detalhou bastante tudo e você ainda não
entende o motivo do detalhamento e pode até achar desnecessário, mas, por fim,
tudo se encaixa e você reconhece que precisava ler tudo aquilo antes.
Se
eu recomendaria? CLAROOOO! Se você ainda não leu, meu bem, não perca tempo,
leia. E quando chegar ao final, me diga se não derramou sequer uma lágrima ou
se não se emocionou pelo menos uma vez.
Coisas
que mais gostei:
-
Sobre o tema amizade abordado de forma forte e positiva;
-
Pelas mulheres terem sido representadas, diversas vezes, de forma forte,
independente e corajosa;
-
Dos romances não terem sido melosos, mas diferentes e de terem acontecido de
formas diferentes, apesar da mesma história de Carmen, praticamente, se repetir
com Alana;
-
De a história ter sido baseada na história de vida da mãe da autora;
-
Do tema geral da história;
-
De o livro ter narrado primeiro o passado e depois o futuro;
-
Da forma como tudo foi se revelando;
-
De o tema família ter aparecido muitas vezes de forma positiva;
-
Das singularidades dos personagens;
-
Dos capítulos serem nem tão grandes nem pequenos;
-
Das fotos ao final do livro que legitimam a história de Carmen;
-
E de, apesar de ter sido 491 páginas, a história ter sido envolvente e simples
de se ler.
Ufa,
acho que falei tudo, a lista é grande.
Coisas
que não gostei muito (tive que pensar muito, pois foram pouquíssimas coisas e
que, de fato, não atrapalharam a leitura):
-
De alguns erros de digitação;
-
De ter arrastado a história um pouco de início, pois são muitos relatos juntos
sem continuação, pois esta só vem depois;
-
De, às vezes, os dias terem parecido muito corridos;
- De Isa não ter continuado um romance que parecia ser bacana;
-
E de ter chorado horrores.
HAHAHA.
É
isto. Recomendadíssimo. Megan foi excepcional na escolha do tema do livro e na
narração do mesmo.
Nota:
5/5
Sâmela Faria
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