Dia trinta e um: Você já fez a mala com o que vai deixar para trás?
Hoje
é dia trinta, o que quer dizer que amanhã é trinta e um. Trinta e um, repito
comigo como se fosse apenas mais uma data do calendário. Apenas mais um dia do
mês e consequentemente do ano e é. Mas depois de amanhã não terá mais nenhum do
ano de dois mil e quinze. Lá se vai mais um ano, levando embora diversas
oportunidades. Em algumas tropecei, em outras caí, algumas nem vi, mas muitas
eu deixei passar. O tempo veio e levou tudinho para o baú de lembranças. Amanhã
ele volta, vem buscar mais coisas, mais sonhos frustrados, mais decepções
colecionadas, mais crises momentâneas e choros de madrugada. Você já fez a mala
do que vai deixar pra trás?
Eu
já.
Vou
deixar as lembranças ruins, os desesperos, as preguiças e vontades de sumir.
Vou deixar as cicatrizes, as maldades que ouvi falar, as palavras de maldição
que me disseram. Vou deixar o mal olhado, os infinitos nãos que tomei, as
portas que encontrei fechadas e as estradas esburacadas. Vou deixar as saudades
desesperadoras de pessoas que não voltarão, os inúmeros motivos que me fizeram
chorar e querer parar. Vou deixar as inutilidades, as incertezas e as frustrações.
Vou deixar as histórias ruins, as que não valem a pena lembrar e as que eu não
gostaria de ouvir falar novamente. Vou deixar aqueles que me deixaram, aqueles
que fugiram quando eu mais precisei. Vou deixar tudo que me fez sentir náuseas,
que me fez sofrer por algum motivo e que eu não sinto a menor necessidade de
carregar.
Vou
deixar porque sei que no ano que vem tem muito mais. Pode ser que eu viva tudo
de novo; que eu chore muito, que eu queira desistir mais algumas vezes e que eu
realize nem a metade dos meus sonhos, mas quer saber? Eu ainda estarei de pé.
Ainda estarei lutando. Vou continuar na estrada, seguindo, sem saber muito bem
pra onde, mas eu vou. Porque não abro mão de ir. Não abro mão de arrumar duas
malas, uma para deixar pra trás e outra para carregar. A que eu deixarei terá
tudo que me pesa os ombros e que nada acrescenta na vida, na alma e no coração.
Vou deixar as desesperanças por aqui. De amanhã em diante, terei uma nova e
leve mala nas costas. Leve e vazia, porque terei mais 365 dias para buscar meus
ideais e preencher tudo novamente, terei novas esperanças e oportunidades como
um livro branco a ser escrito.
Riscarei
os dias que se foram e que me causaram dor, deles não posso esquecer, mas posso
não me permitir vivenciá-los outras vezes. No meu novo calendário só terá novos
amanheceres e novas conquistas a serem conquistadas, no final do ano que vem eu
desmonto a mala e esvazio tudo de novo. É que, às vezes, a gente precisa por
para fora tudo que não soma e passar a carregar só o que vai nos acrescentar. E
você, já fez as malas?
Sâmela Faria
4 Recados
Simplesmente Demais... Devemos realmente deixar para tras o que nao nos acrescentou em nada. Parabéns pelo texto.
ResponderExcluirObrigada Cris! <3
ExcluirVolte sempre.
Beijos,
Sâm.
Lindoooo texto, eu ja fiz a minha mala quero vida nova sem bagagem pesada, bjss linda e boa sorte em 2016.
ResponderExcluirBoa sorte para você também, lindona.
ExcluirObrigada por estar sempre por aqui! <3
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