Sobre as incertezas da vida
Passei
a vida toda me definindo como fraca. Sabe? Nunca fui dessas de descrever gostos
e sonhos para ninguém. Sempre que me perguntavam o que eu esperava da vida,
respondia, sem hesitar, que não fazia a menor ideia. E, pode parecer que não,
mas eu realmente não sabia. Porque, sempre vi a vida com olhos diferentes de
todo mundo, pelo menos era assim que eu pensava. Pra mim, não deveria existir
esperança perante algo que, vira e mexe, muda. E, até mesmo com coisas normais
como escolher o sabor do sorvete que eu queria, sempre respondia chocolate, mas
minha vontade era de escolher todos, um de cada vez.
Nunca
fui dessas de acertar os passos, virava e mexia, errava feio. Esses erros que
nos fazem querer escapar de respirar por um milênio enquanto tudo aqui fora
toma jeito. Mas eu já sabia que não daria em nada, as coisas só tomam jeito
quando a gente faz algo pra que isso aconteça. E eu juro que queria fazer algo,
aliás, eu sempre fiz muito por mim mesma, por acreditar que mudando tudo aqui
dentro, quando saísse pra fora, veria
mais diferença ainda. Mas, de fato, minhas manifestações de mudanças nunca
passaram de dois dias no auge, logo depois, eu virava quem era mais uma vez.
Acho que, no fundo, eu gostava mesmo era de ser assim, cheia de manias
estranhas, mas com o coração de criança em uma das mãos em busca da realização
de cada sonho.
Era
isso que eu buscava, a realização dos meus sonhos.
Mas,
a pergunta que me fazia temer feito vara verde era: como?
Certo.
Eu tenho garra, vontade, desejo, determinação e sonhos, mas, será que só isso
basta? Eu tenho fé, perseverança e coragem, mas, será que é só disso que
preciso? Durante uma eternidade inteirinha eu pensei que sim e que só os meus
pensamentos positivos me levariam àquele degrau mais alto da escada mais
difícil de subir. Mas ai veio a vida e, do nada, me fez vê que de nada adianta
unir forças e sonhos se, antes, você não agir. É incrível como você aprende
muito mais quando quebra a cara. É que estamos mais propícios a observar um
erro que um acerto. E se um erro ensina? Ora, eu aprendi errando, em tempo
integral.
Se
tem uma coisa que ainda não compreendi na vida é: por que temos tantas
lágrimas? Entretanto, embora o mundo ache estranho demais, eu gosto de chorar.
É que parece que, só depois de sentir aquela forte alfinetada no coração e na
alma, eu me sinto pronta pra recomeçar. E, de fato, só recomeço depois que
percebo que já chorei demais. E que sim, aquele sofrimento todo tem que acabar.
Foi nessa parte indefesa da vida, que eu compreendi que, apesar de nós não nos
considerarmos fortes, temos que arriscar nossas últimas forças para tentar
não nos entregar ao fracasso. Ora, eu nunca quis ser uma fracassada e, é claro
que eu não seria. Mesmo que essa fosse a última luta da minha vida.
É
que existem certos momentos onde não há curvas no caminho, mas há mais de uma
estrada e, mesmo que alguém me diga para onde ir, quem decide se vai ou não,
sou eu.
Sâmela Faria
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