Dentro do seu encanto
Você
pareceu de novo e dessa vez não foi nada rápido. Ficou ali comigo, no frio
do jardim, no pinicar da grama. Chegou sem nada a dizer e eu entendi tanta
coisa. Entendi todas as vezes em que chamei por um alguém que transmitisse luz
pelos olhos e que, ao invés de falar, decifrasse poesias. Que tivesse mágica
nos olhos castanhos e pequenos. E um coração grande como o tempo que cada vez
se faz maior em nosso meio. Uma alma forte e singela, tranquila e suave. Mãos
macias e lábios feitos algodão. Beijo quente, sufocante e delicado. Tudo
simultaneamente. E aí você chegou e me fez arregalar os olhos e brilhar como
purpurina.
Você
apareceu de novo aqui e eu não pude te expulsar, porque o que eu mais queria
era que ficasse, mesmo que não quisesse. O que eu mais queria era que me
visse, que me notasse, me tocasse fisicamente já que o meu emocional já havia
se perdido pelo contraste da sua pele lisa. Você sorriu de lado, eu senti um frio
me consumir. Ameaçou me tocar, eu derreti. É que você parece ser apenas um
idealismo me dando mais uma rasteira. Ou uma coisa da vida, dessas de me chamar
para dançar no gelo só por saber que eu me esbofetearia.
Você
levantou e eu quis te seguir. Mas você não me chamou. Eu fui assim mesmo. E
então você me olhou nos olhos como quem quer contar um grande segredo, eu te
olhei de volta como quem quer muito saber do que te envolve além da capa. Segurou minhas mãos e me puxou para o seu lado, eu sorri, você sorriu. Nós nos
amamos ali. E eu soube o quanto aquilo se tornaria um conto de fadas pra mim no
dia seguinte. Mas eu quis vivê-lo como quem ainda acredita em príncipe
encantado.
Porque,
afinal, você me encantou.
- Sâmela Faria
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