Temos um perigoso poder de transformação dentro de cada um de nós, mas acabamos nos desleixando. Perdendo o interesse. Se tá dando para levar, tá bom. Comodismo sendo incorporado nos olhos, nos jeitos, em cada traço do ser humano. 

Olhando-nos pelas frestas das portas, observamos formigas. No entanto, não se tem a mesma visão. As formigas trabalham noite e dia, o ser humano também. Mas as formigas, não param, não desistem, não cansam. E sabem que podem ser esmagadas a qualquer momento; terem seus passos limitados em meros segundos, mas não deixam o medo inundar. O ser humano desiste tão fácil, entrega os pontos tão rapidamente, se limita. O medo os impedem, os predominam.  

Vivem como se já estivessem certos de sua morte. “Não vou correr atrás porque não vou conseguir mesmo.” Ora, então por que viver se vai morrer?  Os dias são tão passageiros e nossos sonhos cada vez mais chamam por nós. E muitos ainda continuam sentados com os seus entulhados dentro do coração em frente a uma TV. 

Seja onde for que seus sonhos possam te levar, vá. Não espere a morte bater em sua porta e você não ter feito nada de conquistador para sua vida. Você precisa buscar; nada vem em suas mãos quando você não tenta, quando você se limita e se contorce dentro de bolhas sem expectativas, com medo. Trace um objetivo desde sempre, todos nós precisamos ser guiados por algo, que esse algo seja sua força de vontade. Que esse algo seja sua esperança em alta, determinações e até mesmo cabeçadas. De erro em erro vai se aprendendo, vai  se recriando. 

Faça de suas dores, uma força maior. Um motivo além. E no final, poderá manchá-las com risos e aprendizagens. Não abra mão de tentar, mesmo que sua vontade seja de parar. O que importa no final das contas, não é o que você conquistou e sim o quanto se doou para que pudesse conquistar. O prazer está nas coisas mais simples, basta manusear seus passos e guiá-los até onde se pretende chegar. 

- Sâmela Faria