Sei que não podia estar presente aqui ao meu lado. Sei que temos horizontes, estilos e vida diferente. Também sei que você tem suas prioridades e que eu posso não fazer parte dos primeiros lugares desta lista, se é que estou nela em algum canto. Eu sei que você tem seus sonhos, suas crenças e costumes. Estes que se deferem dos outros. Mas, também sei que em algum recinto no meio disso tudo, deve haver um pouco de espaço para mim. Um pouco de falta minha. Nem que seja do meu jeito de te fazer sorrir. Ou da minha mania de me entregar inteiramente em um abraço teu.

Ando precisando muito de você. Entretanto, hoje eu precisava mais. Sabe aquele “mais” que soma multiplicando em dobro? Precisava de te ouvir dizer “Como você é boba” um milhão de vezes hoje. Precisava deitar em teu peito e por para fora toda saudade do teu cheiro, da sua gargalhada, e teu polegar acariciando meu rosto. Sinto saudades suas. Uma falta que só faz doer. Precisava tanto te ver chegando e rindo como sempre por eu ser tão baixinha. Precisava te ouvir reclamar mais vezes da minha voz alta. E da minha mania de querer te segurar sempre.

E você não está enganado, eu quero te segurar sempre e pra sempre. Porque encontrei um preenchimento em você.  E é por isso que eu precisava tanto assim te ver. E sabe aquele momento em que você fala e sente que ninguém te escutou? Que você grita e ninguém te dá ouvidos? Berrar já não faz mais sentido. Ir atrás já não está mais na moda. Estou levantando a bandeira, entregando os pontos. Não há mais como fingir que não me importo, que não estou vendo e que nem ligo mais. Não há máscaras e nem um bom ensaio. Muito menos indagações elaboradas entre tantos disfarces. 

E só por hoje, estou apelando, deixando de lado todo meu orgulho, toda minha inquietação e leis próprias. Eu assino o termo de compromisso contendo as devidas normas de que estou indo atrás de você mais uma vez. Isso não é vergonha, tão pouco revolucionário. Só quero ter certeza de que vai estar aí. Com teu maior sorriso nos lábios e seus braços abertos para me dar aquele abraço apertado e até mesmo quem sabe, dizer que sentiu minha falta também. Estou indo,  e não me receio disto ouviu sociedade? É que de repente a saudade falou muito mais alto e eu não aderi estrutura o suficiente para apartá-la de mim. 

-Sâmela Faria