Um edifício intransponível
A realidade nem
sempre se mostra por inteira, ela dá várias voltas ao mundo e quando você menos
espera pousa do seu lado. E nem sempre te sustenta, pois nem sempre é bom,
evolutivo, produtivo. Você não estará à sua espera, jamais. Sem marcar data,
hora ou lugar, ela simplesmente chega aos apuros, te empurra e alucina. E quem
sente esses esbarrões é você. Apenas. Ninguém mais entende, nem sente, nem
imagina como é. Porque é você quem sofre. E o mundo quem julga.
É você quem aguenta
firme, quem supera dia após dia, quem estampa um riso resplandecente no rosto,
tendo que disfarçar a dor. Não é mais ninguém. É você quem chora. Quem
permanece intacta frente à esperança de que um dia possa passar, é você.
Entretanto, todo mundo quer julgar e vir a dizer que não é assim, que não pode
ser tão ruim.
Sempre tem algo
incontrolável que não se pode desdenhar. Agonizantemente. Dolorosamente...
Sempre há aquele sopro, aquela recaída de lavar o fundo da alma em algumas
horas. Ninguém consegue ser forte o tempo todo. Há alguém que seja tão forte
assim? A vida não nos dá garantia de nada, e o amor tem lá suas dúvidas. A humanidade
não se faz presente nos dias de hoje. E a única função da sociedade é reputar
sem dó.
As forças não se
criam apenas com palavras. E as atitudes sempre se escondem dentro daquilo que
chamamos de consciência. O medo chega em primeiro lugar, transformando o
suspiro em desespero. As ásperas palavras vêm à mente como uma flechada. E você
já não mais acredita que possa haver melhoras, mudanças ou algo do tipo que
traga de volta seu riso.
E quando não se
encontra alicerce em nenhum recanto, suas decisões viram-se da noite para o
dia. E você acaba tentando definir suas ações, seus pensamentos, o seu desejo
passa a não ser mais o mesmo, sabendo que tem que caminhar, mas não sai do
lugar. Basta dar o primeiro passo, mas para que lado seguir? E como progredir
sem ter para onde ir exatamente?
E como pode alguém
opinar sobre algo que não sente? Não é justo tentar retratar uma dor que não é
sua. Não é em você que doi. Não é você que revive aquela história por diversas
vezes, como em um filme ruim, um pesadelo aterrorizante. A amargura não é sua.
Você também tem seus momentos de choro e de engasgamento brutal. Todos nós. E
mesmo que seja normal para você, para outros não é. E você tem que aprender a
lidar com isso. Porque com o amanhã tão incerto que temos, a única garantia é
que pode ser você a próxima vítima. E acredite, um dia será, não é praga. É o
edifício da vida, ninguém pula as etapas, tem que apenas subir as escadas se
quiser chegar lá em cima.
-Sâmela Estéfany
2 Recados
Você estuda o que ?
ResponderExcluirPedagogia :)
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