Feito ventania, você chegou
Sentia a brisa tocar a nuca, mas não se limitava à constatar
o sopro que vinha lá de fora. Vento passageiro. Ligeiro. Tão esperto a ponto de
levantar a saia das meninas que ali estavam e sair em redemoinho bagunçando
tudo. Ventania tirana, daquelas que fazem um embaraço em todos os cantos e sem
pedir desculpa, abre as janelas para ir em busca de mais um lugar para
bagunçar.
Relacionando os fatos, eu diria que ela se parece um pouco
contigo. Sério, você parece um vento forte que chega “chegando” e embaralhando
as peças do quebra-cabeça sem por nada no lugar depois. Torci para que você
passasse rápido, e acabou que não passou.
Te amar até que é fácil, o problema todo é conseguir não
sentir mais nada por ti durante esse meio tempo. Te odeio e te amo, pode isso?
Eu diria que não, entretanto, acontece comigo. Mas, acredite eu não consigo te
odiar por mais de dois minutos. Essa sua cara de anjo disfarçado com esse
sorriso tenebrosamente irresistível me enlouquece e então quando vou ver, já
estou amando você novamente.
E essa sua mania de tentar ser engraçado? Ganha-me em
instantes. Adoro o jeito como me olha e reconheço que sou bem melhor quando
estou contigo. E de repente, venta. Aí te odeio, porque você bagunçou meu
cabelo, reclamou da minha roupa, me mandou falar baixo, olhou para o lado na
rua, ficou quieto do nada e até mesmo por não ter vindo aqui na sexta à noite.
E na hora de dormir, relembro nossos momentos e descubro
mais uma vez que você é, digamos o “homem da minha vida” e esqueço que eu
estava te odiando à segundos atrás. O vento que te trouxe até a mim, nada me
perguntou se eu queria você, desaforado. Mas, com o passar do tempo, decidi que
poderia ficar, arrumei um cantinho em meu coração e lá você permaneceu. Depois
de um tempinho nada duradouro, notei que você havia o tomado por inteiro,
avassalador.
Desdenhei dessa brisa solta para que nada pudesse me atingir
e soprar em minha crista um tom de romantismo. Não resisti. Fui carregada por
ti. Passou firme e me levou contigo, agora anda por aí, comigo dentro do peito
e sempre sorrindo. Eu até gosto dessa nossa rotina, dessa nossa mudança de
humor momentânea, dessa nossa vida embarcando sempre numa diversão sem
sentindo, das nossas gargalhadas sem motivo concreto, nossa amizade, nosso
companheirismo... desse nosso amor. Eu gosto. E muito.
- Sâmela Estéfany
2 Recados
Adorei o texto. Muito lindo... Seguindo. Beijos.
ResponderExcluirhttp://www.vocemaquiada.com/
Obrigada flooor!! Seja muito bem vinda e volte sempre! ;)
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