#Resenha: Serafina e a Capa Preta - Robert Beaty
Título: Serafina e a capa preta (#1)
Autora: Robert Beatty
Editora: Valentina
Páginas: 240
Ano de publicação: 2018
“Nosso caráter não é definido pelas batalhas que vencemos ou perdemos. Mas sim pelas batalhas que ousamos lutar.”
A História
Serafina mora no porão da Mansão Biltmore,
juntamente com seu pai. Todo o mundo que ela conhece está ali embaixo, e a
burguesia dança, canta, anda bem acima de sua cabeça. Ela e seu pai se amam,
mas há algo que a deixa angustiada: saber o motivo de seu pai ter que
escondê-la do resto do mundo. Sim, Serafina não pode sair para se aventurar
fora dali. Se alguém a visse, suas vidas estariam em risco...
Mas por quê?
Ela que sempre fora obediente, agora está sentindo
vontade de ver o mundo lá fora. De olhar para aquelas pessoas com roupas lindas
e brilhantes. Está cansada de se
esconder, de ser sempre apenas a caçadora oficial dos ratos. No entanto, lá
fora também tem a floresta. A floresta que seu pai sempre lhe pedira tanto para
ficar longe. A floresta pela qual ela se sente tão atraída... O que será que
tem por lá?
Serafina está prestes a descobrir quando, de
repente, avista um homem estranho e horripilante fazendo uma garota, pouco mais
nova que ela, simplesmente desaparecer com sua capa preta. Sua vontade era de
ajudá-la, mas ninguém iria acreditar nela, certo? Serafina não desiste, mesmo
depois de descobrir o que é que há por trás da escuridão aterrorizante daquela
floresta...
Personagens
Serafina tem doze anos, mora apenas com seu pai no porão da
Mansão Biltmore e não faz ideia de onde sua mãe, que nunca conheceu, está.
Embora ninguém possa saber sobre sua existência, Serafina não deixa de explorar
aquela mansão enorme, sempre tomando cuidado para que ninguém a veja. Dessa
forma, ela acaba criando habilidades de se esconder muito bem. Sempre querendo
saber sobre sua mãe, Serafina encurrala o pai para descobrir mais a seu
respeito: afinal, por que ele a esconde ali desde que nascera? Quando descobre
a história do seu nascimento, ela fica tremendamente revoltada por ele ter
escondido tudo dela, mas também percebe o quanto ele dera duro na vida para a
criar sozinho. Tudo na vida dela muda, quando, de repente, ela se depara com o
sequestro de uma garota mais nova que ela: um homem horripilante, uma capa
preta assombrosa e todo um segredo para se revelar. Ela não vai desistir até
descobrir mais sobre aquela floresta e sobre si mesma.
O pai de Serafina é o maquinário do lugar, mora no
porão sem que ninguém saiba apenas para esconder Serafina do mundo. Ele é um
cara que trabalha muito, está sempre preocupado em fazer com que as máquinas
funcionem perfeitamente. Tudo o que ele pede é que Serafina não conte a ninguém
sobre sua existência e nem se aventure para fora dali, mas seu maior medo mesmo
é que ela vá para a floresta. A floresta que lhe fez ter as piores
lembranças... mas que lhe deu o que mais ama.
Braeden é um membro da elite da Mansão Biltmore, sobrinho,
para ser mais exata. Ele é um jovem com olhar triste, que está sempre com seu
cachorro. Ele prefere estar em companhia de seus animais do que com qualquer
outro. Amável e dócil, Braeden parece estar interessado no que Serafina tem a
contar, mas algo impede. No entanto, a vida acaba por colocá-los no mesmo
caminho mais uma vez, e agora Serafina acaba por não conseguir escapar, só que
nem precisa contar, porque agora é real, agora ele também verá. Juntos, Braeden
e Serafina não irão desistir até encontrar o Homem da Capa Preta e descobrir
quem ele é e o que acontecera com as outras crianças.
Capa, escrita e detalhes
Essa capa? Sério? Que tiro foi esse? Perfeição
total! Quando vi, logo quis, sabe? Eu fui completamente abduzida pela capa.
Simplesmente maravilhosa.
A escrita do livro, para mim, foi uma surpresa,
sabe? O livro é escrito em primeira pessoa pelo ponto de vista de Serafina. É
uma escrita leve, mas diferente. Tem uma linguagem que se difere da maioria das
escritas que já vi, mas de forma alguma é ruim, pelo contrário, é muito fluída
e completamente rápida de ler. Curti bastante!
A história traz uma aventura imensurável e
totalmente fora da realidade. É uma ficção gostosa e muito aventureira, sabe?
Com um suspense bom de fundo, um lado assombroso e personagens ricos em sua
própria essência de visão de mundo.
Serafina é simplesmente maravilhosa, com seus
pensamentos afiados e sua ânsia em descobrir quem realmente é, de onde veio e
para onde vai. Braeden é um rapaz divino e muito amável, que torna a busca de
Serafina ainda mais interessante. Com uma bela amizade crescendo entre eles,
tudo o que importa agora é desvendar esse tremendo mistério e trazer de volta
as crianças desaparecidas.
Algo que poderia ter sido melhor construído é
justamente o suspense que ronda o livro. Com um final previsível sobre quem é o
Homem da Capa Preta, nós somos conduzimos exatamente para o mistério e
desvendamos já de imediato. O mistério, para mim, não esteve nem diante de quem
ele era, mas sim quem era a mãe dela. Mas gostei bastante do final, fui
surpreendida.
Conclusão
O livro é
uma ficção de aventura infanto-juvenil que foi muito bem construída. A história
tem início, meio e fim, sem que nenhuma ponta fique solta. Desde o início,
somos levados a desconfiar de alguns personagens, mas é bem tranquilo de
descobrir quem realmente é o Homem da Capa Preta porque o livro não enrola. Ele
traz pistas e características dos personagens que nos faz questionar, assim
como Serafina, e encontrar o culpado. No entanto, ainda assim, a história traz
um final surpreendente.
Eu gostei
bastante da leitura, embora não seja um tipo de livro que costumo ler. Achei que
foi bem bacana e, apesar de ter suspense, a leitura é leve e fluída.
Recomendo
para quem gosta de livros curtos, mas bem construídos e que tratem uma aventura
com personagens tão jovens e já tão maduros. Para quem procura uma ficção leve
e que seja rápida de ler. E para quem ficou muito curioso sobre esse universo
criado, com personagens bem característicos e corajosos, apesar da pouca idade.
Citações favoritas
“Estava louca para fugir do esconderijo e fugir, mas sabia que os camundongos que morriam eram os que camundongos tolos, que entravam em pânico e fugiam.”
“Só porque alguma coisa é diferente, não quer dizer que você simplesmente tenha o direito de jogar fora.”
“(...) todo mundo sabia alguma coisa. Outras faziam coisas diferentes. Isso a fez pensar que talvez Deus pretendesse que todas as pessoas se encaixassem, como um enorme quebra-cabeça montado.”
“Ela era uma boneca de porcelana, e também um espectro, entrando e saindo das sombras, uma garota entre dois mundos.”
Nota da leitura:
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