#Resenha: O ano em que te conheci – Cecelia Ahern Por Editora Novo Conceito
Resenha por Sâmela Faria
Título: O ano em que te
conheci
Autor: Cecelia Ahern
Páginas: 331
Editora: Novo Conceito
Ano de publicação: 2016 (2ª
impressão)
Tinha esse livro a algum tempo dando sopa na estante, sempre
adiando. Mas aí vendo umas leitoras lá no insta o lendo, resolvi encarar
também. E que bom!
A história:
Jasmine tem sua vida totalmente mudada quando descobre que
foi demitida e que terá um ano de licença. Desesperada por sempre ter andado
atarefada demais e sem tempo para pensar na vida, ela se vê agora sem muito que
fazer. Com isso, ela acaba se doando fazendo coisas que ela jamais pensou um
dia gostar, além de visitas às pessoas com quem mantém um mínimo de relação. Mas
nada parece ser suficiente, não levando em consideração a disponibilidade para
dar sempre uma olhada na vida de seu vizinho que odeia.
Matt é vizinho de Jasmine, mora em frente sua casa, casado e
tem três filhos. Mas sua vida não parece ir muito bem, apesar de ele ser um
famoso locutor de um programa da rádio. Às vezes chegando tarde e bêbado em casa,
ele acaba pondo por um fio seu casamento. Na véspera de ano novo, ele erra feio
em um programa na rádio e acaba sendo afastado do serviço. Agora ele tem seis
meses de licença. E sua mulher não mais está em casa, levou seus filhos, lhe
deixando apenas uma carta que ele se recusa a ler.
Vizinhos, a vida de Matt e Jasmine está um caos. E os dois
não se dão. Mas o destino prega uma peça e eles terão de conviver um com o
outro mais do que imaginam. E acabam por descobrir um lindo sentimento: a
amizade.
Personagens principais:
Jasmine é uma mulher linda, ruiva e peituda, com seus trinta
e poucos anos. Ela sempre tem tudo sobre controle e faz muito sucesso vendendo
suas ideias de negócios, o que é bom, mas é justamente o que lhe deixa sem
emprego. Ela sempre faz as coisas do seu jeito e gosta de não ter tempo para
nada, o que agora é sua maior tortura. Sua vida sempre foi seu serviço, que
tanto amava e sua irmã, Heather. Mas agora as coisas são diferentes e ela
precisa rever seus conceitos.
Uma personagem muito bem trabalhada e convincente. De cara
já me envolvi totalmente com a Jasmine, que tem o nome lindo!
Matt é um cara brincalhão e muito bonito, com seus trinta e
seis anos. Ganha a vida discutindo humoristicamente assuntos diversos, até
mesmo polêmicos, o que não quer dizer que ele expressa sempre sua opinião, em
um programa famoso de rádio. Um pai não muito presente na vida dos filhos, um
marido que dá trabalho por causa das bebedeiras e das diversas chegadas tarde
da noite em busca de batucar sua porta pedindo para abrir, mesmo tendo as
chaves. Quando Matt se vê sem a mulher e os filhos, sua vida vai por água
abaixo, além de estar sem emprego também.
Um cara que não se mostra por inteiro, mas é bem mais do que
se permite ser, Matt te cativa por ser um personagem da qual você sabe que é
mais.
Personagens secundários:
Heather tem síndrome Down e é perfeitamente capaz de viver
sozinha. Com seus trinta e quatro anos ela trabalha em três empregos e mantém
uma agenda muito atarefada, do jeito que gosta. É a irmã de Jasmine, por quem
ela daria sua vida. As duas são muito unidas e sempre fazem de tudo uma pela
outra. Mas Heather tem seus próprios conceitos sobre as pessoas e regras que aplica
a quem conhece. Ela se apaixona e começa a ter novas experiências, o que deixa
Jasmine completamente surtada de preocupação. Heather é incrível! Muito madura
e extremamente cativante. Uma personagem que te encanta de todas as formas.
Monday é um headhunter,
negro, olhos esverdeados e muito, muito bonito. Ele nos cativa de cara com sua
educação e suavidade das palavras. É um cara confiante no que faz e está sempre
disposto a ajudar. Ele procura Jasmine para lhe oferecer uma vaga de emprego e acaba
encontrando muito mais. Não é a vaga que mais interessa Jasmine, mas o próprio
Monday. Monday é o tipo de cara que qualquer mulher se apaixonaria logo de
início. Como era de se esperar ele acaba por conquistar o coração de Jasmine.
A trama envolve muita gente, mas não vou citar para não deixar
a resenha maior do que já está. Mas todos os personagens tem um propósito e são
muito bem construídos.
Capa, escrita e afins:
A capa é maravilhosamente linda. Diz tudo sobre a história e
encanta logo de cara, se você não compra pela sinopse, com certeza compra pela
capa.
A história é narrada em primeira pessoa pela visão de
Jasmine e o que mais me chamou atenção é que ela não fala de Matt como “ele”. Ela
fala como “você”. Ou seja, parece que a gente está lendo um livro escrito
diretamente para Matt. Gostei muito dessa sensação.
A escrita é linda. Cecelia sempre mandando bem, claro! Ela
traz várias analogias de jardinagem e de vida para a história, que deixa tudo
com um toque delicado e sereno. Gostei muito.
A leitura flui muito. É um livro que dá para ler muito
rápido, porque te prende do início ao fim.
Conclusão:
Eu amei o livro. Mesmo. Apesar de ter torcido desde o início
– porque ainda não tinha entendido a mensagem por trás da história – por um fim
totalmente diferente. Eu acabei entendo o motivo que levou a esse fim e fiquei
muito contente, pensando que se fosse do meu jeito, talvez, a mensagem legal
por trás de tudo se perderia totalmente. Essa não é só uma história de amor, é uma
história sobre se reencontrar, sobre aprender a olhar as coisas com outros
olhos, inclusive as pessoas. É uma história de amizade intensa e de se permitir
ser mais que aquilo que se permite ser. De se conhecer de verdade e gostar do
que vê.
Citações preferidas:
“Quando o destino é totalmente desconhecido, nós valorizamos a travessia.”“Não aguento mais. Cansei de fica cansada de ser eu mesma. Agora quero voltar.”“Para poder voar, é preciso limpar as merdas das próprias asas. O primeiro passo é identificar a merda.”“Eu sei que a gente nunca para mesmo, nossa jornada nunca está completa, porque nós continuaremos florescendo – assim como uma lagarta que pensou que o mundo tinha acabado, e então se tornou uma borboleta.”
Nota: 5/5
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