#Resenha: A garota no trem – Paula Hawkins Por Editora Record
Rachel leva uma vida totalmente depressiva, originada por
alguns acontecimentos frustrantes que desencadeou a ela o vício por bebida alcoólica.
Agora, ela mora com uma amiga em um minúsculo quartinho e todos os dias pega o
trem das 8h04 para Londres. É no trem que tudo acontece. É do trem que ela vê
todos os dias a casa do número 15 que fica localizada antes um pouco da casa de
número 23 onde morou com seu ex-marido Tom, que é agora a casa da mais nova
família dele. Dali da janela do trem, todas as vezes que o trem para no sinal
vermelho, Rachel observa a casa 15. O casal que reside lá é fantasiado por ela
e chamado de Jason e Jess. Rachel criou, em sua mente, uma vida perfeita para
eles dois, mas será que a fantasia coincide com a realidade? Até que ponto a
realidade é fantasia ou a fantasia é realidade?
Quando Rachel pensava que nada mais poderia lhe agitar a
vida, acaba por testemunhar algo diferente de suas fantasias naquela casa. Algo
que ela não imaginaria e, para piorar, agora a garota Megan – Jess para Rachel –
encontra-se desaparecida. Desesperada com o que está acontecendo com a fantasia
criada por ela para Jess/Megan ela decide que pode ajudar nas buscas por ela,
após ser chamada para testemunhar, por ter sido vista no local onde Megan pode
ter desaparecido. Afetada por seu alcoolismo, ela não consegue se lembrar de
nada que aconteceu naquela noite em que Megan desapareceu, mas ela viu algo
daquela janela do trem que pode... será que pode ajudar a encontrar Megan? E o
que será que Rachel estava fazendo ali na noite em que Megan sumiu?
Em busca de ajudar Scott – o fantasiado Jason – a se livrar
da desconfiança da polícia, Rachel se mete em uma tremenda loucura, com
mentiras e verdades, e acaba por descobrir que a fantasia, às vezes, pode
passar bem longe da realidade. Ela vai perceber também que as pessoas podem não
ser aquilo que demonstram e que, sim, ela pode superar os obstáculos da vida,
até os mais sombrios.
Esse livro me deu arrepios. Quebrei muito a cabeça, desconfiei
de ninguém, depois desconfiei de todo mundo. O que acontece com Megan dá uma
pontada fria no coração do sujeito que eu não conseguia imaginar quem poderia
ter tido participação nisso. Você cria várias hipóteses e, caso seja um leitor
muito observador, pode matar a xarada um pouco mais da metade do livro, como
aconteceu comigo. Claro, não foi logo de cara que desvendei o mistério em minha
mente antes de lê-lo nas próximas páginas. Mas fui pescando aos poucos, embora
ainda repetisse “não, claro que não, não pode ser” várias vezes.
Enfim, eu achei a história bem convincente. Os personagens
não são tão bem detalhados, mas eu consegui imaginá-los bem. Alguns, para mim,
foram desnecessários. Não fizeram muito sentido na trama. Alguns acontecimentos
também não fizeram o menor sentido, mas logo que acabei o livro, pensei que
talvez fosse essa a ideia da autora: não fazer sentido, por mostrar a vida
desgovernada da Rachel e o que a bebida fez com ela. Não sei, preferi me
agarrar a essa hipótese.
De fato, o que aconteceu foi que não me identifiquei com
nenhum personagem do livro e achei isso bem bizarro, pois não é corriqueiro
acontecer. Não posso dizer que amei algum personagem, pois, sério, não rola. Você
só vai entender quando ler. Deu pra sentir todo drama de cada personagem?
Muito! Principalmente da Rachel e da Megan. Eu fiquei no chão por elas. O
enredo foi enrolado? Olha, na boa, pra mim foi sim. Como já disse, vários
acontecimentos foram desnecessários. Se não existissem não mudariam a trama, em
minha opinião, mas não foi aquela coisa muito revoltante. Achei bem no limite,
posso dizer.
Vale a pena ler? MUITO! Principalmente se você gosta de
thriller psicológico, de suspense, mistérios e quase nada de romance. Se
recomendo? CLARO! Eu adorei o livro, embora tenha reclamado de algumas
coisinhas. Apesar dos apesares que foram bem poucos, eu recomendo muito. O livro
é angustiante. De início não me prendi muito, mas depois de umas oitenta
páginas, você simplesmente não consegue largar. Muito bom e até me surpreendi
no final, apesar de a minha teoria ter estado certa em vários pontos.
E para aqueles que sempre torcem para que os livros ganhem
as telinhas, a boa notícia é que “A garota no trem” estreou esse mês nos
cinemas, com a Emily Brunt como Rachel, Haley Bennett como Megan, Rebecca
Ferguson como Anna, Justin Theroux como Tom e Luke Evans como Scott. Vai
perder?
Nota: 4/5
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